Foto: Agência Brasil Fernando Lyra fazia política com convicção.

Esta é a análise que o senador pernambucano Cristovam Buarque (PDT-DF) faz da trajetória profissional do ex-ministro da Justiça, que faleu nesta quinta-feira (14), em São Paulo, por falência múltipla dos órgãos. “Ele não fazia política para ter o cargo, tinha o cargo por fazer política”, comenta o parlamentar, que foi chefe de gabinete de Lyra no Ministério.

Morre Fernando Lyra, em São Paulo Fernando Lyra, dos palanques para a História Memórias políticas do ex-ministro Fernando Lyra estão disponíveis na rede Outra característica do amigo exaltada pelo pedetista é a criatividade e o poder de articulação.

De acordo com ele, Lyra sabia encontrar os caminhos nos momentos de dificuldade e tinha três marcas: coerência, coragem e competência. “A maior prova disso é que no momento em que perdemos as Diretas Já para presidente ele soube reciclar-se e dizer ’não perdemos a guerra, vamos mudar a tática’ e lançamos a candidatura de Tancredo Neves.

Se ele não tivesse na campanha de Tancredo, era possível que não tivéssemos conseguido os votos.

Foi ele que trouxe [Miguel] Arraes e [Leonel] Brizola para nosso lado.

Lembro que na mesa dele tinha o nome de todos que compunham o Colégio Eleitoral e que iriam votar e ele ligava de um por um em busca dos votos”, relata o senador, que está nos Estados Unidos.

Cristovam Buarque tinha relação com Lyra antes mesmo de entrar na vida política.

Eles debatiam questões e escreviam os discursos do ex-ministro juntos. “Tenho uma lembrança maravilhosa do maior conversador que já vi, podíamos passar horas e horas conversando sobre vários assuntos.

Fernando também foi um dos homens mais generosos que já conheci”.