Sérgio Montenegro Filho, pelo face Ao longo de mais de 25 anos de jornalismo político, foram inúmeras as entrevistas que fiz.

A maioria delas caía logo no esquecimento.

Mas alguns entrevistados terminaram ficando na lembrança, por terem “ajudado” o repórter com sua objetividade, lucidez e, sobretudo, inteligência política.

Assim era Fernando Lyra.

Entrevistá-lo (e fiz isso incontáveis vezes) exigia atenção redobrada.

Astuto e articulado, era mais difícil dobrá-lo que ser dobrado.

Mas suas opiniões firmes e bem posicionadas sempre enriqueciam qualquer matéria ou cobertura.

Já como presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Lyra mostrou visão histórica ao estabelecer uma parceria editorial com o JC que permitiu o lançamento do livro-reportagem “Na Trilha do Golpe”, em março de 2004, oferecendo uma nova leitura dos bastidores do golpe militar de 64 em Pernambuco.

Logo em seguida, lançaria, ele próprio, um rico livro de memórias que deve constar na biblioteca de qualquer repórter de política que se preze.

Este é o depoimento de um jornalista que, a cada dia que passa, vê cair a qualidade da política pernambucana e brasileira.

E perdas como a de hoje só contribuem para ampliar essa lacuna, tão difícil de ser preenchida.