Foto: André Conti/divulgação São com palavras emocionadas que o advogado pernambucano e integrante da Comissão Nacional da Verdade José Paulo Cavalcanti Filho lembra do amigo Fernando Lyra, ex-ministro da Justiça, que morreu nesta quinta-feira (14), em São Paulo. “Ele foi um homem do seu tempo e contribuiu decisivamente para a democracia brasileira”, exaltou, lembrando que Lyra trabalhou na luta contra a ditadura e na instalação da democracia no País.
Morre Fernando Lyra, em São Paulo Fernando Lyra, dos palanques para a História “A Fernando Lyra deve-se em parte a decisão de Tancredo Neves de assumir os riscos de ser candidato a presidente da República”, relata José Paulo Cavalcanti Filho, que atuou como secretário-geral do Ministério da Justiça, no período de transição do governo de Tancredo Neves e José Sarney, quando Lyra comandava a pasta.
Tancredo candidatou-se em 1984 e no ano seguinte foi eleito presidente do Brasil por voto indireto, mas, por problemas de saúde, acabou não assumindo o cargo. “Para mim, a dimensão humana de Fernando Lyra era ainda maior do que a política.
Ele era sobretudo um homem alegre, sabia conviver com as diferenças e era muito tranquilo.
Nos momentos de crise em que todos ficavam angustiados, era o momento em que ele exercia com mais clareza suas habilidades e ficava tranquilo.
A crise era o seu habitat”, conta o amigo.
O advogado disse que diariamente conversava com o ex-ministro por telefone e ele estava lúcido. “Quando um homem morre, fica sempre um vazio em todos nós.
O vazio de Fernando é enorme e eu vou sentir isso ainda mais claro nas próximas manhãs, porque não receberei os telefonemas dele”, lamentou.