Foto: Guga Matos/JC Imagem A Prefeitura de Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, e o Governo do Estado foram pegos de surpresa, nessa quinta-feira (7), com uma derrota na Câmara do município.

Por 12 votos a 1, os vereadores rejeitaram o projeto de lei que previa a isenção do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) ao Grupo João Santos na transação de transmissão para o governo estadual do terreno onde está sendo erguida a fábrica da montadora italiana Fiat.

A área, que abrigou durante anos a Usina Santa Tereza, tem 1,4 milhão de m² às margens da BR-101 e será doada à montadora.

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Demorou!

Usina que cedeu terras para Fiat ganhou área cinco vezes maior do Estado O projeto de lei determinava que o município abriria mão de R$ 3,6 milhões em imposto e, minutos antes da votação, era certo que seria aprovado pela maioria dos parlamentares, até porque o prefeito Fred Gadêlha (PTB), quem encaminhou o texto à Casa, tem na sua base governista 11 dos 15 vereadores. “Até agora ninguém entendeu o que houve”, disse uma fonte.

Um parlamentar não votou, pois faltou à sessão por problemas de saúde. “A escritura do terreno para o nome da Fiat depende da transmissão do terreno do Grupo João Santos para o Governo do Estado.

Como a Fiat vai conseguir os financiamentos do BNDES sem ter a escritura do terreno, por exemplo?”, completou a fonte.

A fábrica tem investimento orçado em R$ 7,1 bilhões, grande parte financiada pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que já garantiu uma parcela do dinheiro.

O presidente da Câmara de Goiana, João Bosco (PSC), afirmou que a base aliada vai tentar reapresentar o projeto. “Não votei, porque sou presidente e só voto em caso de desempate.

Mas, se pudesse, votaria a favor.

Fui à tribuna e defendi o projeto”, comentou.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Márcio Stefanni, afirmou - diferente do que apurou a reportagem - que o projeto de lei não corresponde ao terreno da Fiat, mas, sim, a um terreno vizinho, doado pelo governo como uma permuta pela área onde está sendo instalada a montadora. “O Governo do Estado cumpriu todas os seus compromissos firmados com a Fiat.

Uma questão de R$ 3 milhões não vai derrubar um investimento de R$ 7 bilhões”, observou.

A reportagem não conseguiu contato com representantes do Grupo João Santos.