O varejo da Região Metropolitana do Recife fechou 2012 com acréscimo de 4%, um valor que aumenta para 5% quando não se levam em conta as concessionárias de veículos.

Segundo levantamento do Centro de Pesquisa da Federação do Comércio de Pernambuco (Fecomércio-PE), com esse resultado o ciclo de crescimento iniciado em 2004 registra um incremento real de 104,8% em nove anos, o que implica que o volume vendido mais que duplicou.

Durante o período, a massa salarial cresceu 72,2% e o nível de emprego 22,5%, o que configura o maior ciclo de expansão até agora registrado.

Dos treze ramos que compõem o índice do comércio do Instituto Fecomércio-PE, somente concessionárias de veículos não apresentou crescimento em 2012. “O seu fraco desempenho na RMR no primeiro trimestre foi consequência do movimento de contração do crédito, motivado principalmente pelo aumento da inadimplência, que levou a uma retração das vendas”, revela Luiz Kehrle, consultor da Fecomércio.

Em maio, o governo federal reduziu o IPI, buscando aquecer a demanda, e a partir de junho, também influenciado pela queda dos juros e retomada do crédito, o faturamento voltou a crescer.

Por todo o ano a redução do IPI foi mantida e o segundo semestre fechou com vendas em expansão.

No acumulado do ano o faturamento aumentou mais de 5%, mas quando descontada a inflação do período registrou-se um pequeno recuo real de 0,33%.

O ramo de cine-foto-óticas também teve crescimento quase nulo no ano, enquanto os demais ramos apresentaram bom desempenho, a despeito de a economia ter crescido menos que no ano passado.

Outros ramos que tiveram suas vendas incentivadas pelo governo tiveram desempenho destacado no ano: materiais de construção acumulou um incremento de 5,64%, dando continuidade a um ciclo de crescimento muito sólido e lojas de utilidade domésticas aumentaram seu faturamento em mais de 5%, fortemente influenciado pela redução do IPI para a linha branca.

Calçados também teve bom retrospecto anual, com vendas aumentando mais de 8% em dezembro comparado com igual mês no ano anterior e mais que duplicaram em relação a novembro.

Livrarias e papelarias foi o ramo que teve a maior expansão do faturamento no acumulado do ano, crescendo mais de 6%, mas esse resultado não foi tão diferente dos vários ramos que cresceram em 2012.

De acordo com o economista e também autor do estudo da Fecomércio, José Fernandes de Menezes, a desaceleração da economia afetou significativamente o varejo em 2012, que embora com resultados positivos teve neste ano o pior desempenho do ciclo de crescimento iniciado em 2004. “O despeito da massa salarial e do emprego terem bom desempenho, aumentado respectivamente 6,74% e 2,54% no ano, as taxas registradas foram menores do que as registradas no mês anterior”, completou o economista.

Prognóstico - A aceleração do crescimento da renda em 2013, sendo esperado um aumento do PIB do país de 3% e para Pernambuco um incremento próximo a 5%, deverá ser acompanhado da expansão do emprego e do salário médio real, que aliados a um aumento esperado do crédito no entorno de 14%, leva, quando combinado com as expectativas positivas de empresários e consumidores que foram levantadas pelo Instituto Fecomércio-PE em janeiro, a que iniciemos o ano com uma previsão de crescimento do varejo da RMR em 2013 em torno de 6%.