Fotos: Vinícius Sobreira/BlogImagem Na comunidade de Sítio de Berardo, bairro do Prado, no Recife, a população está bem consciente da falta de estrutura da escola municipal homônima à comunidade.

Com apenas 5 salas de aula para abrigar 280 alunos de uma comunidade grande, a Escola Municipal Sítio do Berardo é alvo de mobilização popular da população.

O prédio principal não comporta a demanda.

Sequer tem espaço para abrigar uma biblioteca - que foi improvisada pela dirigente Alda Lúcia.

Com 25 anos de atuação da rede pública, Alda se utilizou da sua experiência para tornar a situação dos alunos menos grave.

Ela fez três “bibliotecas móveis”, de madeira, com cerca de 60 cm de altura.

O “arranjo” é visível também na sala de informática.

Com 16 computadores recebidos do MEC, a organização do laboratório foi via PDDE - o Programa Dinheiro Direto na Escola.

Cadeiras pequenas foram levadas para a sala de computadores para servir de base para os gabinetes das máquinas.

A situação ficará menos ruim quando os ar-condicionados enviados pela Prefeitura forem instalados.

A escola é toda vertical e apertada.

A sala da dirigente da escola, onde ela recebe as mães dos estudantes, tem no máximo 1,5 metro de largura.

O formato é inapropriado para educar as crianças de 4 a 7 anos de idade, público da instituição.

A escola também oferece aulas para o EJA - Educação de Jovens e Adultos.

Bibliotecas “móveis”.

Aula de artes “dada pelos professores da sala de aula, mesmo”.

Nenhuma aula de música ou de educação física.

E acessibilidade zero. “Recebemos um aluno cadeirante, mas ele teve de ser transferido.

Já procurei a Engenharia da Prefeitura, mas eles disseram que esta escola não tem jeito”, afirma a dirigente Alda Lúcia, que se vira como dá para confortar os 280 alunos da instituição.

O único motivo para comemorar é que os alunos saiam daquela escola aos 7 anos e sabendo escrever. “Procuramos cuidar, fazer a nossa parte.

Pena que o poder público não faça a dele”, resmunga. “O que nos limita é o espaço físico”.

Veja a situação de outras escolas: A 500 metros da Prefeitura, escola municipal vive de doações Escola Municipal da Mangabeira convive com tráfico de drogas no telhado Na Zona Norte, escola sem estrutura deixa alunos desconcentrados com o calor MPPE já tentou fechar escola com apenas três salas de aula, no Córrego da Areia Cientes da falta de estrutura que lhes é ofertada, a população se mobilizou para reivindicar melhorias.

Há quatro anos conseguiu que a Prefeitura alugasse um galpão a 100 metros daquela escola, transformando-o num anexo da EM Sítio do Berardo.

O típico arranjo.

No local já funcionou oficina e outros comércios.

A estrutura só comporta duas salas de aula e um banheiro.

Já na porta de entrada, um movimento suspeito. “Esses daí ficam aqui na porta todos os dias.

Não posso nem dizer o que eles fazem”, disse a diretora, referindo-se à atividades ilícitas.

Não foi o suficiente e a comunidade voltou a se mobilizar, pedindo a compra de uma casa que fica nos fundos do prédio principal da escola.

A casa foi comprada há dois anos.

Existe um projeto, mas nada foi feito.

Nunca.

O casebre segue semidestruído nos fundos da EM Sítio do Berardo.

Dinheiro público jogado fora, já que a nova gestão, que já fez visita à instituição, informou que o projeto será descartado e a escola será transferida para uma “escola de verdade”, que deverá funcionar no CMEI da Fábrica, que está sendo erguido a alguns metros de lá.

Veja a matéria pricipal e a galeria de fotos no link: Falta de estrutura das escolas é o principal entrave para a aplicação da Lei do Piso no Recife