Fotos: Vinícius Sobreira/BlogImagem Triste realidade vive a Escola Municipal Nossa Senhora do Pilar.

A apenas 500 metros do prédio da Prefeitura do Recife, a escola passa maus bocados, ignorada pelo poder público.

A última gestão deixou a instituição às moscas.

Ou melhor, largou nas mãos do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), transformando a ajuda solidária do Tribunal em sustento da escola.

Já na entrada percebemos a falta de cuidados.

A fachada da escola necessita de pintura e a acidentada calçada não passa por reparos algum tempo.

Sem sequer uma rampa, aluno cadeirante da instituição enfrenta dificuldades diárias para alcançar o portão da escola.

A secretária da escola, Claudete Dias, informou ao Blog que a quadra da escola, a cozinha, os ar-condicionados, os birôs e até boa parte das cadeiras da instituição foram doadas pelo TRT. “A prefeitura é aqui do lado, mas a gente vive de doação”, lamenta, mostrando a antiga sala de aula que agora abriga uma caixa d’água e alguns itens de limpeza.

Toda em madeirite, a escola localizada na Avenida Alfredo Lisboa, bairro do Recife, abriga 10 salas de aula e uma biblioteca, além de duas “salas de desuso”.

Cerca de 130 alunos - que vão dos 3 anos de idade à Educação de Joves e Adultos (EJA) - passam por lá diariamente.

Salas quentes, com apenas dois ventiladores, são o ambiente de estudo dos jovens que dependem daquela instituição.

Os vidros quebrados das janelas e as grades enferrujadas até passam despercebidos diante da quantidade de mato no terreno da escola.

A Emlurb não visita a instituição desde julho. “A gente manda um ofício, depois manda outro… mas eles ficam ‘chaleirando’”, se queixa Claudete.

Veja a situação de outras escolas: No Prado, população espera há anos que escola seja transferida Escola Municipal da Mangabeira convive com tráfico de drogas no telhado Na Zona Norte, escola sem estrutura deixa alunos desconcentrados com o calor MPPE já tentou fechar escola com apenas três salas de aula, no Córrego da Areia O pátio da escola, onde as crianças se divertem, não ostenta cores ou brinquedos. É só uma grande caixa de areia.

A secretária até especula apostar numa mudança de cenário com o novo prefeito.

Mas, desiludida, volta atrás e prefere nem pensar no assunto. “Desde Roberto Magalhães a gente vem desse jeito.

Espero que agora com esse prefeito mude, porque o (prefeito) que estava… aliás, espero mais nada.

Quero é sair disso.

Me aposento ano que vem.” A biblioteca da instituição não está sob supervisão profissional, mas de estagiárias de biblioteconomia que se revezam nos turnos e nas atividades de leitura.

O mesmo acontece com o laboratório de informática.

Nos fundos da escola, a quadra doada pelo TRT só é usada por conta do programa Mais Educação, que leva ao espaço escolar aulas de futsal, percussão, violão e artes (este último ministrado por estagiário).

O Mais Educação é um programa da Prefeitura do Recife que visa manter os alunos na escola além do seu turno de aulas.

No outro turno, os estudantes recebem aulas de esportes, artes e/ou música, além de reforço escolar.

Os educadores que ministram as aulas é que se dirigem à escola para solicitar a participação.

A instituição faz o intermédio entre prefeitura e educador.

Veja a matéria pricipal e a galeria de fotos no link: Falta de estrutura das escolas é o principal entrave para a aplicação da Lei do Piso no Recife