Foto: JC Imagem No Jornal do Commercio deste sábado O senador pernambucano Humberto Costa (PT) livrou-se do risco de ser investigado por suspeita de envolvimento com o esquema do mensalão. “Não há autoridade com prerrogativa de foro”, afirmou Gurgel, ao anunciar ontem que remeteria para a Procuradoria da República que atua na 1ª Instância paulista o depoimento no qual Marcos Valério Fernandes de Souza fez novas revelações sobre o caso (ver matéria abaixo).

Além de ter dito que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha conhecimento da existência do mensalão, Marcos Valério afirmou que Humberto Costa recebeu R$ 512 mil do esquema para bancar a sua candidatura ao governo de Pernambuco em 2002.

Humberto Costa é senador e tem direito à prerrogativa de foro, mais conhecida como foro privilegiado.

Ou seja, ele somente poderia ser investigado e processado perante o STF.

Se Gurgel suspeitasse de algo contra o congressista, teria pedido a abertura de um inquérito no Supremo contra ele.

Em viagem ao exterior - que o impediu inclusive de votar na eleição do Senado ontem -, Costa não foi localizado.

A decisão do procurador-geral de não apurar as suspeitas lançadas por Marcos Valério contra Humberto Costa provocou alívio no governo.

Se o senador virasse alvo, a avaliação no Planalto era de que havia a possibilidade de a eventual investigação contra Lula ser transferida para o STF, tribunal que, em dezembro, condenou 25 réus do processo do mensalão.

No Planalto, havia o temor específico de que uma investigação contra o senador no STF poderia se tornar uma espécie de “mensalão 2”, caso ficasse a cargo do ministro Joaquim Barbosa, relator do processo original.

A percepção entre auxiliares da presidente Dilma Rousseff e petistas é que, fortalecido pela condução do julgamento do mensalão e agora investido no cargo de presidente da Corte, Barbosa poderia ir fundo nas investigações contra o ex-presidente Lula, com repercussões políticas graves no PT e no atual governo.