Por Carolina Albuquerque No Jornal do Commercio deste sábado Após um primeiro mês de gestão literalmente nas ruas, o prefeito do Recife Geraldo Julio (PSB) fez ontem uma extensa prestação de contas na abertura dos trabalhos legislativos, na Câmara Municipal.

Os 31 dias de governo foram suficientes para preencher 25 laudas lidas por quase 30 minutos.

O discurso foi puramente técnico, exaltou as metas alcançadas e o que já está engatado para 2013.

De político, restou a promessa de manter um diálogo aberto com os vereadores, zelando por esta relação. “O Poder Executivo está disposto a construir uma relação permanente de diálogo e discussões com a Câmara Municipal e todos os seus membros, reconhecendo o papel da Casa e dos vereadores na construção de uma sociedade democrática”, afirmou.

A relação entre os dois Poderes foi um dos calos da gestão do ex-prefeito João da Costa (PT), que enfrentou duros embates com a oposição.

Apesar da “boa vontade” do novo gestor, já houve desconforto por parte de alguns vereadores ao se apreciar, nos últimos dias de 2012, três projetos de lei que tratavam sobre a reforma administrativa, criação do cargo de analista de gestão e da polêmica política de Parceria Público-Privadas (PPP). À época líder da oposição, a vereadora Priscila Krause (DEM) criticou a pressa com a qual tudo foi aprovado.

Com uma ala oposicionista diminuta, a tramitação ocorreu sem problemas.

Ontem, Geraldo agradeceu a colaboração da Casa.

Procurando diferenciar-se da gestão passada pela eficiência e celeridade das ações, o gestor não deixou de lembrar que os investimentos até então foram “insuficientes”. “Teremos que construir a capacidade de otimizar o uso das receitas, melhorando a qualidade do gasto público, gerando maior capacidade de captação de recursos, ampliando o nível de investimentos ainda insuficiente diante das necessidade da população e dos compromissos assumidos para seu atendimento”, destacou.

Em contraponto, frisou que com apenas um mês de governo realizou “um conjunto de ações para cada um dos cinco eixos orientadores das propostas constantes no programa de governo”.

Ainda reforçou o debate, que tem sido levantado pelo seu padrinho político, o governador Eduardo Campos (PSB), sobre a necessidade de revisão da política de repasse e distribuição da União para os Estados e municípios. “Já faz parte da pauta nacional a discussão para revisão e atualização dos mecanismos de financiamento e repartição de receitas entre a União, Estados e Municípios, para garantir os investimentos necessários e cumprimento das atribuições constitucionais, criando as condições para este salto de qualidade na gestão pública”, defendeu.

Por fim, prometeu intensificar o debate com setores da sociedade recifense com vista na revisão e atualização do futuro Plano Diretor e Lei de Uso e Ocupação do Solo.