No Jornal do Commercio desta segunda-feira Senadores da oposição cobraram ontem esclarecimentos de Renan Calheiros (PMDB-AL) sobre denúncia encaminhada na sexta (25) pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o peemedebista, candidato à presidência da Casa. “Fato positivo (isso) não é.

Esse é um fato que merece explicação”, afirmou o senador José Agripino (DEM-RN).

A denúncia diz respeito a supostas notas frias apresentadas por Renan para negar que teve despesas pagas por um lobista.

Como o inquérito tramita sob segredo de Justiça, a Procuradoria não informou quais crimes foram imputados ao peemedebista.

Líder do PSDB, o senador Álvaro Dias (PR) defende um reposicionamento do PMDB diante da denúncia. “Imagino que entre os 81 senadores existem aqueles que podem ser escolhidos (para a presidência do Senado) sem maiores contestações. É uma situação nova na antevéspera da eleição e que vai exigir um reposicionamento do partido”, afirma o tucano.

A eleição está agendada para a próxima sexta.

A candidatura de Renan tem o apoio do Planalto.

O caso que originou a denúncia tramita desde 2007 no STF e motivou, à época, a renúncia de Renan à presidência do Senado para evitar a cassação do mandato.

Desde então, o peemedebista já teve seus sigilos fiscal e bancário quebrados por ordem do Supremo.

A investigação, porém, estava parada com Roberto Gurgel desde abril de 2011, período em que ele não fez mais nenhum pedido ao relator, o ministro Ricardo Lewandowski.

No sábado (26), Renan divulgou nota na qual critica o momento escolhido pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para enviar denúncia contra ele ao STF.

Para ele, a atitude de Gurgel padece de suspeição e possui natureza nitidamente política.

Segundo a nota, Renan é o maior interessado no caso e, na época dos fatos, forneceu espontaneamente documentos - “todos verdadeiros” -, além dos sigilo bancário, fiscal e telefônico.