O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), favorito na eleição para a presidência do Senado, poderá comandar a Casa na condição de denunciado em processo no Supremo Tribunal Federal (STF).

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, promete dar continuidade nos próximos dias ao inquérito que Renan (PMDB-AL) responde no Supremo por supostamente ter apresentado notas fiscais frias para justificar patrimônio na época do chamado “Renangate”, em 2007.

Gurgel tem duas opções: apresentar denúncia contra o parlamentar ou arquivar o caso.

Se escolher a primeira hipótese, e o Supremo aceitar a denúncia, o inquérito será transformado em ação penal e Renan, em réu.

A manifestação do procurador está sendo aguardada desde fevereiro de 2012 e pode coincidir, agora, com a nova eleição do senador alagoano para a presidência do Senado, marcada para 1º de fevereiro.

O inquérito foi aberto em agosto de 2007 e corre em segredo de justiça.

Gurgel alegou que a demora para tomar uma decisão deve-se ao tamanho dos autos, que conta com 43 volumes.

Também houve demora porque, no ano passado, o procurador esteve muito dedicado ao processo do mensalão.

O caso investigado pelo STF veio à tona em 2007, quando apareceram suspeitas de que as contas da jornalista Mônica Veloso, com quem Renan teve uma filha, eram pagas por Cláudio Gontijo, um lobista da empresa Mendes Júnior.

O senador negou as acusações e apresentou notas referentes à venda de bois para comprovar que tinha renda para as despesas.

A Polícia Federal encontrou indícios de que as notas eram falsas.

O escândalo derrubou Renan da presidência do Senado. À época, a pensão paga a Mônica era de R$ 12 mil.