Foto: Clemilson Campos/JC Imagem Por Débora Duque No Jornal do Commercio desta quinta-feira A despeito das falhas encontradas pelo Tribunal de Contas no edital de licitação da Parceria Público-Privada para a construção de edifícios-garagem, elaborado sob a gestão de João da Costa (PT), o prefeito Geraldo Julio (PSB) manteve a estratégia de não entrar em rota de colisão com o antecessor.

TCE suspende edital de PPP das Garagens, de João da Costa.

Secretário João Braga vai rever documento Arvorando-se de um tom diplomático e evitando tecer críticas, o socialista disse ontem estar preocupado apenas em “olhar para frente” e estudar um novo modelo para o certame, ainda sem previsão para ser relançado. “Me preocupo mais com o futuro, com a gente olhar para frente e ver como vamos encaminhar esse projeto, que tem um mérito importante de melhorar a mobilidade”, disse, sem mencionar os problemas identificados pelo TCE.

Há dois dias, o órgão emitiu um alerta de responsabilização à PCR, recomendando a suspensão do edital, que envolve um montante de R$ 632 milhões, devido a indícios de direcionamento.

Geraldo Julio também negou que sua equipe tivesse identificado previamente as falhas no edital. “Minha equipe estava fazendo uma análise do ponto de vista técnico e jurídico e, antes que fosse concluída, chegou a recomendação do TCE e fizemos o cancelamento”.

Nos bastidores, a informação é de que a suspensão da concorrência no modelo planejado por João da Costa já constava nos planos da nova gestão.

Desde que assumiu a PCR, o socialista tem procurado diferenciar-se do ex-prefeito sem, no entanto, entrar em conflito público com o petista.

A decisão do TCE, portanto, foi o álibi que a nova gestão precisava.

Mesmo com a suspensão do edital, o vereador oposicionista Raul Jungmann (PPS) resolveu protocolar, ontem, uma denúncia no Ministério Público, pedindo uma investigação sobre o caso da PPP.

Antes mesmo da decisão do TCE, ele já havia anunciado que iria acionar o MPPE.

Jungmann aproveitou o fato para criticar Geraldo Julio pela passividade em relação aos feitos do antecessor. “A gestão de Geraldo passa a mão na cabeça de João da Costa.

Mas é preciso saber: ele vai ser um prefeito de continuidade ou de ruptura?

Isso não está claro.

Ele não reverteu as medidas de João da Costa.

Até aqui, ele tem se mostrado o herdeiro dessa continuidade”.