Recife, 15/01/2013 Caro Jamildo, No intuito de resgatar algumas informações sobre a valorização do professor do Recife, tema tratado pela colunista Noélia que estréia hoje em seu blog, como também para contribuir com o debate sobre o desenvolvimento da educação na cidade, envio-lhe algumas linhas sobre o assunto: A presença, em si, de estagiários de pedagogia na rede de ensino público não deve ser motivo crítica, com deixa transparecer a colunista.

Os estagiários e as escolas de pedagogia precisam de atividades práticas, supervisionadas, em sala de aula, para dar sentido real à formação dos professores no Brasil.

Esse é um fenômeno universal e necessário para boa graduação em qualquer curso.

O que não podemos admitir, e neste ponto poderíamos estar de acordo com a colunista, é que o estagiário substitua de forma sistemática e como diretriz, o professor efetivo.

No Recife 100% dos professores são concursados e têm plano de carreira.

Como Secretário de Educação, entre 2009 a abril de 2011, convocamos 867 professores.

Ao final de 2012, 1.718 professores convocados.

Isso foi uma política pensada desde o início.

Em julho de 2009, propomos a assinatura de um Pacto de Valorização do Professor, juntamente com o Simpere, que previa, além do concurso, a implantação do Programa Professor.Com.

Mais de 6 mil computadores foram distribuídos e com acesso a internet; inauguração do Centro de Formação de Professores Paulo Freire – diga-se de passagem o maior e melhor Centro de professores do Nordeste; a implementação de uma política de educação continuada – foram realizadas mais de 20 mil capacitações no primeiro ano de funcionamento do Centro; oferta de especialização em pedagogia - 510 vagas para cursos sob a responsabilidade da UNICAP e UFRPE; entre outros pontos.

Quanto ao fato do Tribunal de Contas não aceitar o gasto de estagiários de pedagogia como gastos em educação – um dos motivos de questionamento das contas da Secretaria de Educação – consideramos que trata-se de tema que envolve pensamento doutrinário, onde há divergências de enfoque.

Esse assunto ainda continua em pauta naquele Órgão.

As contas da Secretaria da Educação do Recife continuam em julgamento, com resultados de Câmaras daquela Corte, para as quais cabem recursos.

Pessoalmente, acho um equívoco não considerá-los como gastos em educação.

As atividades desses estudantes são realizadas nas escolas, para auxílio na organização pedagógica, no apoio aos docentes, nas aulas de reforço, etc.

Mas, enfim o Tribunal entende de forma diversa, e é por isso que o debate continua.

Um grande abraço, Cláudio Duarte, ex-Secretário de Educação do Recife, 2009-2011