Por Otávio Batista No Jornal do Commercio desta terça-feira A eleição para a mesa diretora da Câmara dos Deputados pega fogo em Brasília e promete chegar ao Recife com a visita dos dois principais candidatos à presidência.
O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e o atual quarto secretário, Júlio Delgado (PSB-MG), vêm à capital pernambucana nos próximos dias - o socialista nesta quinta (17) e o peemedebista no dia 22.
Os postulantes vão disputar não só os votos da bancada do Estado, mas também o apoio do governador Eduardo Campos (PSB), que ainda não tomou partido por nenhum nome, alegando ser uma questão própria do Legislativo, mesmo com um candidato da sua legenda na corrida.
Concorrem também na eleição da Câmara Rose de Freitas (PMDB-ES) e Ronaldo Fonseca (PR-DF).
No último domingo, o jornal Folha de S.
Paulo publicou reportagem denunciando um esquema de favorecimento na distribuição de verbas do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) envolvendo Henrique Eduardo Alves e a empresa de um de seus assessores.
Alves é o candidato favorito a sucessão de Marco Maia (PT-SP) por ter o apoio oficial do PT e do PMDB, além de ser o nome do Planalto.
Antes das denúncias, Alves já havia alinhavado com Raul Henry (PMDB) uma visita ao Recife.
Henry articulou um encontro entre a bancada pernambucana e o candidato.
Uma visita ao governador Eduardo Campos está em pauta, embora ainda não seja confirmada oficialmente pela assessoria do governo do Estado. “Está tudo marcado para a terça-feira.
Ele não vai retirar a candidatura e deve vir a público fazer sua defesa.
Pessoa pública é assim mesmo, se recebe denúncia tem que prestar os esclarecimentos”, defendeu Raul Henry.
Já Delgado teve sua visita articulada junto a socialistas do “núcleo-duro” de Eduardo Campos, e confirmou à reportagem do JC um encontro com o cacique maior do PSB na próxima quinta-feira. “Independente disso tudo, o que nós estamos dizendo e estamos mostrando é uma proposta de mudança para a Câmara.
E esses fatos novos só estão reafirmando, agora, essas propostas”, alfinetou.
Mesmo cauteloso, o deputado por Minas Gerais não esconde o desejo de um apoio mais explícito do presidente nacional do PSB à sua postulação. “Ele está reunido agora (ontem à tarde) com a presidente Dilma.
Se por acaso este assunto entrar na pauta, esperamos que eles tenham o entendimento que possamos ser um interlocutor até mais interessante para o governo”, disse.