Leonardo Chaves, do PSD, é presidente da Câmara de Caruaru Por Wagner Gil Especial para o JC desta quinta-feira Apesar de toda a polêmica e protestos gerados em Caruaru, em dezembro, com a aprovação de um aumento salarial para vereadores, prefeito, vice-prefeito e secretários municipais, o novo presidente da Câmara de Vereadores, Leonardo Chaves (PSD), informou ontem que, devido ao aumento no número de parlamentares a partir desta legislatura - de 15 para 23 - não será possível pagar o reajuste aprovado para os integrantes do Legislativo.

Segundo ele, foram feitas várias projeções sobre o pagamento de salários e 13º na Casa.

Se o reajuste fosse aplicado, a Câmara iria extrapolar o limite imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). “Só podemos comprometer 70% do que recebemos de duodécimo com a folha.

Mantendo as assessorias e aumentando os salários chegaríamos a mais de 80%”, explicou Chaves, que dessa forma terminou recuando do aumento.

O projeto que determinou o reajuste do salário dos vereadores de R$ 9 mil para R$ 12 mil foi apresentado pelo próprio Leonardo Chaves.

Como o presidente da Casa tem direito a uma gratificação de 100%, ele passaria a receber mensalmente R$ 24 mil.

Com a suspensão, receberá “apenas” R$ 18 mil - sendo R$ 9 mil de salário e R$ 9 mil da verba de representação.

Indagado se acha justo receber mais que o prefeito, Chaves foi direto. “Acho sim.

O presidente da Assembleia recebe, o do Congresso Nacional e os de praticamente todas as Câmaras do País também recebem e eu não vou ser herói e dizer que não quero.

Não sou uma pessoa rica e o cargo de presidente me faz trabalhar muito, até aos domingos”, justificou.

Leonardo Chaves lembrou que 14 vereadores apoiavam a a proposta de reajuste na legislatura passada. “Apenas Rogério Meneses (PT) disse que poderia não votar pelo aumento.

Já o ex-presidente Lícius Cavalcante (PCdoB), que também votou contra, só mudou de posição por causa de algumas entrevistas do prefeito José Queiroz e do deputado Wolney Queiroz.

Ele chegou a dizer isso (mudança de posição no voto) aos demais membros da Casa”, disse o vereador.

Após a pressão popular, o prefeito vetou o reajuste para todos os cargos.

A Câmara acatou a decisão de não reajustar os salários do prefeito, vice e secretários municipais.

No entanto, os vereadores derrubaram o veto em relação aos próprios vereadores, que tiveram os vencimentos reajustados.

Em uma sessão realizada para aprovar o aumento, o atual presidente chegou a ser agredido por manifestantes quando deixava o plenário da Câmara. “O problema é que muita gente pensou que o projeto era meu.

Realmente eu apresentei o projeto do aumento do prefeito, mas em comum acordo com as duas bancadas (oposição e situação)”, disse Chaves.

Também foi acordado pelos vereadores e a presidência, por outro lado, que as assessorias serão reduzidas e os valores também.

Na legislatura anterior cada vereador tinha no mínimo 16 assessores com cargos comissionados, que poderiam ganhar até R$ 6 mil, como é o caso do procurador, secretário jurídico e secretário administrativo, entre outros.

A previsão é que nesta legislatura cada vereador tenha cerca de R$ 10.700 para a a assessoria, que será dividida da seguinte forma: três assessores de R$ 1,5 mil, dois de R$ 1,2 mil, dois R$ 1 mil e mais dois de R$ 900.