Por Débora Duque No Jornal do Commercio desta terça-feira Sem deixar transparecer qualquer crítica direta ao seu antecessor, o prefeito Geraldo Julio (PSB) voltou a tratar de um assunto delicado mas que, vez por outra, tem estado presente em seus discursos: a situação financeira da Prefeitura.
Em entrevista ontem à Rádio Jornal, o socialista demonstrou preocupação com o orçamento do município e repetiu que a previsão para 2013 será de “aperto”.
Cauteloso, ele manteve o discurso de atribuir as possíveis dificuldades na receita do Recife ao quadro geral dos municípios brasileiros. “É uma conta muito apertada.
E não é diferente de outras capitais.
Vai ser um ano duro, de muito aperto nas contas da Prefeitura e vamos ter que lutar muito para melhorar a receita, inclusive, indo a Brasília captar recursos.
Mais do que nunca precisamos das parcerias com a presidente Dilma”, afirmou.
Mesmo sem entrar em detalhes sobre a saúde financeira do município, Geraldo informou que sua equipe divulgará, no dia 30 de janeiro, um balanço das contas, tomando como base a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Apesar do clima de “parceria” propagado durante o período de transição entre uma gestão e outra, o estafe socialista ainda tenta tomar pé da real situação da máquina.
A tendência, inclusive, é de que as estimativas fixadas na Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2013, enviada à Câmara no início do segundo semestre de 2012 e aprovada em novembro, sejam revistas.
A LOA prevê uma receita total de R$ 4,2 bilhões para este ano, mas, internamente, não há segurança de que a expectativa seja alcançada.
A nova equipe se debruça para levantar despesas antigas que não foram contabilizadas no último balanço repassado pela gestão anterior, dívidas e restos a pagar.
Também tenta-se discriminar a “herança” de R$ 3 bilhões que João da Costa disse ter deixado em projetos já contratados.
A informação que tem sido repassada por emissários do novo prefeito, com toda discrição, é de que parte desse recurso ainda não está garantido e, para ser liberado, depende da finalização de alguns projetos e novas negociações.
Apesar dos sucessivos sinais já emitidos publicamente pelo gestor socialista de que a situação é “negativa”, a ordem que impera nos corredores da Prefeitura é de tratar o assunto com a máximo cautela para não melindrar a relação com ex-prefeito.
Ontem, Geraldo Julio se reuniu com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB) para solicitar a liberação de recursos para obras de contenção de encostas (leia no caderno de Cidades do Jornal do Commercio desta terça-feira).