Foto: Clemílson Campos/JC Imagem A cada nova eleição a esperança se renova.
Este ano, o pequeno município de Moreno, com 57 mil habitantes, na Região Metropolitana do Recife, elegeu o economista Dilsinho Gomes (PSB), até pouco assessor especial de Eduardo Campos, na esperança de colocar a cidade “no ritmo de Pernambuco”.
Mas já na primeira semana de gestão, o “choque de gestão” prometido pelo socialista chocou a população que o elegeu.
Primeiro com a escolha do secretariado.
Filho do ex-prefeito Adílson Gomes, Dilsinho nomeou seu próprio tio, Aílton Gomes da Silva, para a secretaria municipal de Educação.
A esposa do seu pai, Fabiana Gomes Souza, ganhou a secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão.
Os nomes já deixaram a população de orelhas em pé.
Nepotismo?
Sim.
Mas isso está quase regularizado.
Sem perder tempo, no dia 2 de janeiro o prefeito eleito enviou à Câmara Municipal de Moreno dois Projetos de Lei: o tradicional projeto da Reforma Administrativa, modificando a estrutura do Executivo e fundindo secretarias (foram reduzidas de 15 para 11) e o surpreendente projeto de Lei batizado pelo próprio Dilsinho de PL do Nepotismo, que visa justamente regularizar o nepotismo na cidade.
Desta forma, Dilsinho tenta tornar regular a nomeação do seu tio e da sua madrasta, além de dezenas de comissionados na gestão municipal.
E não acaba por aí.
Ainda na semana passada, a Câmara Municipal - onde 7 dos 11 parlamentares são da base aliada de Dilsinho - criou um Projeto de Lei que visa elevar os salários dos cargos executivos da Prefeitura.
O salário do próprio Dilsinho (PSB), hoje na casa dos R$ 10 mil, sobe 80% e alcança os R$ 18 mil mensais.
O do vice prefeito Sanclair (PR), hoje em R$ 8 mil, sobe para os R$ 12 mil por mês, um acréscimo de 50%.
O secretários municipais - posto agora ocupado por sua madrasta e seu tio, além de outros 9 nomes - terão uma elevação salarial de (pasmem) 130%!
Os vencimentos que hoje ficam na casa dos R$ 3.500 sobem para os R$ 8 mil mensais.
Uma afronta aos servidores públicos municipais, que ainda não receberam o 13º salário e nem têm previsão de receber.
A aprovação dos referidos Projetos de Lei estavam na pauta dos vereadores na sessão segunda-feira (7), que acabou suspensa a pedido do vereador oposicionista Pedro Mesquita (PMDB).
Mas a expectativa é de que a discussãoseja retomada até sexta-feira (11).
Seria cômico se não fosse trágico, mas esse projeto de Lei foi anunciado pelos vereadores no mesmo dia em que Dilsinho foi à delegacia da cidade ao lado da secretária de Finanças para prestar queixa contra o ex-prefeito Edvard Bernardo (PMDB) justamente pelo quadro financeiro deixado pelo peemedebista.
A Prefeitura, segundo o próprio Dilsinho, está com apenas R$ 56 mil em caixa, o que representa 2% dos R$ 3,5 milhões necessários para quitar a dívida do município.
O Blog de Jamildo tentou entrar em contato com o prefeito Dilsinho Gomes (PSB) e com o presidente da Câmara, Adimilson Barbosa (PSD).
O primeiro informou estar em reunião e o parlamentar não atendeu ao Blog.
Em resposta ao post, o gestor Dilsinho Gomes (PSB) enviou nota ao Blog afirmando que a nomeação do seu tio se deu por merecimento profissional, não por laços sanguíneos.
Na nota, o socialista também corrigiu o Blog, informando que a secretária de planejamento, Orçamento e Gestão não é esposa do seu pai.
Veja a íntegra da nota AQUI.