Foto: BlogImagem A praça está pronta há cerca de duas semanas, mas ainda não foi inaugurada.

Nem tem nome.

Localizada entre a margem do Rio Capibaribe e os edifícios Duarte Coelho e Maurício de Nassau (conhecidos como Torres Gêmeas), a praça com ciclovia e pier estaria é de domínio público.

Apesar disso, alguns recifenses reclamaram que o espaço estaria sendo “privatizada” pelo condomínio.

A praça foi construída pela Moura Dubeux, mesma construtora dos edifícios, para que a paisagem não ficasse restrita aos moradores.

E após ficar pronta, há poucos dias, foi alvo de críticas de estudantes e ativistas do Recife.

Na internet, muitos afirmam ter sido “barrados” ao tentar andar de bicicleta na praça.

A partir daí, ativistas se mobilizaram e criaram um evento na rede social Facebook para “invadir” o espaço público.

Marcado para as 10h do próximo domingo e incentivado pelo grupo Direitos Urbanos, a mobilização promete levar bibicletas, farofa e som.

Mais de 500 pessoas já confirmaram presença no ato, cuja concentração acontece às 9h no Marco Zero, bairro de São José.

Vista do píer (Foto: BlogImagem) O Blog de Jamildo foi ao local, nesta sexta-feira (4).

Sem crachá ou qualquer outro objeto que identificasse como funcionário de veículo de comunicação, a equipe do Blog não passou por qualquer constrangimento para acessar a praça.

De fato há um segurança particular, que não tirou o olhar desconfiado da equipe - mas sem uma palavra.

O espaço é agradável, com cerca de 200 metros de ciclovia e com um píer que dá acesso ao Capibaribe já no início da praça.

Mas tudo muito belo, mas deserto.

A ausência de qualquer pessoa andando de bicicletas ou mesmo de algum mendigo naquela praça - somado ao olhar desconfiado do segurança particular - chamou a atenção.

O segurança, pago pelos condôminos, não se mostrou muito a vontade para falar com o Blog.

Questionado se a praça era pública ou privada, o homem afirmou que há um impasse sobre o tema e que não sabe de quem é a propriedade do espaço.

Mas quanto a restrição à entrada na praça, se alguém já havia sido impedido, o segurança recuou. “Não posso falar sobre isso.

Melhor falar com o síndico”.

Nenhum dos dois síndicos estavam presentes nos respectivos prédios.

Mas o funcionário pago para administrar um dos edifícios, conversou abertamente.

Disse repetidas vezes que o espaço é público e nunca houve atrito algum entre os seguranças e alguém que tenha tentado entrar. “Enquanto a praça estava em obras, havia um muro, que já foi derrubado.

Desde lá, colocamos um segurança para preservar o patrimônio.

Mas nunca houve qualquer atrito”, afirmou.

A restrição, todavia, foi admitida quanto aos moradores de rua. “Só impedimos mesmo a entrada daquele pessoal que fica dormindo aqui na frente.

A maioria deles até têm casas, mas ficam ocupando essa área, dormindo aqui, para ver se ganham cestas básicas dos moradores”, reclamou.

Pelo visto, não querem o Recife real poluindo a paisagem.

Foto: BlogImagem Mas para o protesto do próximo domingo (7), do qual ele já estava sabendo, não deve haver maiores problemas.

Mas os ativistas terão que tomar cuidado com o cocô de cachorro.

Durante os minutos em que a equipe do Blog esteve presente no local, algumas funcionárias dos condôminos passeavam com os animais das patroas e os colocava para fazer coco na praça pública.

Será que antes da praça ficar pronta elas faziam isso nos jardins dos prédios?

Algumas atitudes precisam ser corrigidas, pelo bom convívio em sociedade e pelo exercício da democracia.

Esperamos que a praça seja ainda mais aberta, mais movimentada, alegre.

E que se torne mais um espaço de convivivência no Recife, que ainda luta para ver sua área central renascer.

Todas as fotos: BlogImagem O cheiro também não é dos melhores.

Consequência do lixo trazido pelo rio.

Estreita, mas ciclovia.

Em margens opostas da pista, coco de cachorro.