Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem Da Agência Estado O ritmo lento das obras da transposição do Rio São Francisco reflete as dificuldades que o governo vem enfrentando para levar adiante os investimentos na área de infraestrutura no País.
Até 20 de dezembro, só 18% do Orçamento disponibilizado para 2012 havia sido desembolsado pelo Ministério da Integração Nacional.
A execução se restringiu, basicamente, a restos a pagar dos anos anteriores.
Com isso, o cronograma da megaobra de Dilma começou a ser afetado.
Uma nova licitação foi lançada no final do ano e pode levar para 2014 a inauguração do trecho-piloto da obra, antes previsto para entrar em funcionamento ainda neste dezembro.
O governo, apesar disso, mantém para 2015 a previsão de conclusão total da obra - que é a maior do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Nordeste.
O Ministério da Integração Nacional atribui a baixa execução financeira aos contratos que tiveram de ser rescindidos com algumas empresas, criando a necessidade de abertura de novas licitações, algumas das quais só serão abertas em março.
No eixo leste, só R$ 32,4 milhões foram pagos do Orçamento deste ano.
A dotação inicial era de R$ 439,9 milhões, mas, diante das dificuldades de execução, foi reduzida para R$ 149,9 milhões.
No eixo norte, os recursos disponíveis foram aumentados, chegando a R$ 790 milhões, mas pouco mais de R$ 140 milhões foram efetivamente pagos.
A obra, como aconteceu com boa parte dos investimentos do governo federal, foi tocada basicamente com a sobra de orçamentos anteriores.
Na Transposição foram aplicados R$ 501 milhões de restos a pagar.
O valor é pouco mais da metade do que o governo tinha de sobra.
Para 2013, a cota de restos a pagar chegará a R$ 1,4 bilhão.
ATRASOS - O calendário da Transposição tem sido afetado, ainda que o governo se recuse a revisar a previsão de conclusão para 2015.
O projeto piloto, um trecho de cerca de 16 quilômetros no interior de Pernambuco, tinha previsão de inauguração agora em dezembro, mas as obras estão longe do fim.
O governo divulgou um novo edital em novembro e o contrato com o consórcio que terá a responsabilidade de terminar o trecho será assinado somente em 2013.
O ministério prevê, agora, que a água do São Francisco comece a correr nesse trecho em setembro de 2013, mas a licitação dá prazo de um ano para que o novo contratado conclua o serviço, podendo estender as obras para 2014.
O atraso no projeto-piloto frustra os planos do ministro Fernando Bezerra Coelho, que contava com a inauguração para afastar as críticas ao ritmo da obra, lento desde o início do governo Dilma Rousseff.
O trecho é considerado importante por reunir alguns dos principais elementos da obra, como barragem, ponte e aqueduto, além dos canais, possibilitando um primeiro teste prático de como a Transposição vai funcionar.
O Orçamento total da obra chegou a R$ 8,2 bilhões e R$ 3,5 bilhões já foram investidos.
Dos 16 lotes, sete estão em andamento e apenas um concluído.
Foram realizadas rescisões parciais em alguns trechos e novas licitações serão lançadas até março de 2013, segundo a previsão da pasta.
O ministério informou ainda que dois lotes estão com as obras paralisadas.
As empresas já foram advertidas e multadas.
Foi aberto ainda um processo para suspendê-las de licitações da pasta e declará-las inidôneas, o que impediria sua contratação por qualquer outro órgão público.
As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.