Fotos: Clemílson Campos/JC Imagem O prefeito João da Costa (PT) perde as contas quando fala dos problemas que teve para administrar o Recife nos últimos quatro anos.
Em entrevista ao Blog de Jamildo e ao Jornal do Commercio para fazer um balanço do ano, o petista citou entre as dificuldades da sua gestão a crise financeira mundial de 2008, a falta de apoio dentro do próprio partido, as eleições de 2010… e lamentou não ter seus esforços para superar os desafios reconhecidos: “De mim sempre vão procurar o que falta e não o que foi feito”.
João da Costa sai em defesa de Eduardo Campos e dos `alertas´ ao governo federal Não tenho questão pessoal com ninguém, diz João da Costa sobre racha no PT “Houve um rompimento político na principal força que garantia a governabilidade aqui na Prefeitura [sobre seu rompimento com o ex-prefeito João Paulo].
Governei o tempo inteiro sob fogo cerrado sem ter um minuto de descanso.
Governei quatro anos com uma séria redução de receita.
A primeira redução do IPI foi em março de 2009.
A gente começou o ano sem saber como ia terminar.
Este foi o contexto que comecei a governar.
Ninguém quer saber se teve dinheiro ou não teve.
Quer que você faça”, observou. “A partir do segundo ano do meu governo tinham-se arranjos para se disputar as eleições de governador, de como se inserir.
Fiz um viaduto em um ano e quatro meses e todo mundo fica dizendo que foi devagar.
São dez pessoas dizendo que está devagar e um dizendo que está dentro do ritmo.
O que prevalece?
O PT não fez oposição, mas teve gente dentro do PT que não apoiou”, completou.
Mesmo assim, o prefeito - que deixará a Prefeitura nesta segunda (31) com a expectativa de disputar uma vaga na Câmara Federal, intenção revelada por ele mesmo -, avalia que sua gestão teve um balanço positivo. “Foi um governo de muitas dificuldades fiscais e isso não é levado em conta, mas pesa.
Porque você tem que fazer escolhas e eu fiz a escolha de garantir investimentos estruturais para a cidade, como a Via Mangue.
Tive que pegar R$ 50 milhões do meu orçamento e colocar na obra.
Governe nas condições que tive e saia vivo!”.
O prefeito também rechaçou as queixas feitas por partidos aliados referente à falta de diálogo político. “Isso faz parte da política.
Disseram que eu não tinha diálogo com a Câmara [Municipal].
Essas coisas vão criando lendas.
Aprovei os projetos todos da Câmara.
A maioria da base que participou do meu governo, que defendeu o governo se elegeu”, lembrou.
Ele também negou que houve falta de espaço dos aliados nas decisões políticas. “Todos tinham espaço.
Agora, governo tem comando, tem um prefeito.
A mesma coisa em qualquer lugar.
Quem decide no governo federal é a presidente.
Agora os partidos participam a partir de um programa de governo que todos avalizaram.
Agora nas circunstâncias que eu governei, está certo?
Em que todos os dias era um tiroteio e que eu estava sempre pensando em salvar o dia?
Muitas vezes, eu tinha que priorizar aquela situação e isso dificultava ter uma tranquilidade maior para atuação política, ir conversando”.
Mesmo assim, questionado sobre o que ele faria de diferente no governo, ele menciou que teria mais diálogo.
Além disso, citou que investiria em “uma política de sustentabilidade maior para o Recife”.