Por Raul Jungmann, vereador eleito do Recife pelo PPS Sem compromissos públicos, transparência, objetivos e metas. É assim que assumirá, em janeiro próximo, a Comissão Executiva, ou Mesa Diretora, da Câmara Municipal do Recife, indicada pelo prefeito eleito Geraldo Júlio, para dirigir a Casa no biênio 2013-2014.

Responsável por duas centenas de milhões do seu próprio orçamento, será ela que conduzirá a tramitação de dois orçamentos da PCR, ao redor de R$ 10 bi, além da pauta legislativa de interesse de 1.537 milhões de recifenses na Casa de José Mariano.

Por tudo isso, os propósitos e programa de trabalho da Comissão Executiva da Câmara são de interesse público.

Mas, a sua escolha se deu longe dos olhares da imprensa e da cidadania e nenhum compromisso ou programa foi explicitado ou assumido, de público, por seus integrantes.

Por qual razão?

Em resumo, da Comissão Executiva, que comandará a Casa nos próximos dois anos e ditará a sua pauta legislativa, sabe-se apenas os nomes e os cargos – e nada mais.

Uma Câmara, expressão institucional da participação e da soberania popular, ter seus líderes escolhidos por outro Poder, o Executivo, é abdicar da sua autonomia. É aceitar o modus faciendi dos regimes oligárquicos, sem nenhuma transparência ou compromissos públicos. É o (re)inicio da velha política da troca de favores, dos vícios públicos gerando virtudes privadas. É o Novo Recife de braços dados com os sócios da velha desordem urbana: a base parlamentar herdada do governo João da Costa..