Imagem: divulgação “O projeto não foi aprovado no apagar das luzes. É discutido há quatro anos.

Os próprios conselheiros solicitaram a reunião de hoje, não foi uma decisão exclusiva da Prefeitura”.

São com estas palavras que a secretária de Controle, Desenvolvimento Urbano e Obras do Recife, Maria José De Biase, respondeu às críticas feitas à aprovação do projeto Novo Recife - que prevê a construção de 12 prédios no Cais José Estelita, na área central da cidade - pelo Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU), nesta sexta-feira (28), último dia útil do ano.

Direitos Urbanos diz que liminar impedia realização da reunião que aprovou projeto Novo Recife João da Costa aprova projeto Novo Recife, sob protesto de grupo de arquitetos De acordo com a secretária, como os conselheiros estão acompanhando o projeto há quatro anos e não estarão mais no grupo a partir do próximo ano, quando mudará a gestão, eles quiseram concluir o processo que iniciaram. “O projeto não foi aprovado de um dia para o outro.

Em 2011, ele foi apresentado no CDU, foram analisados todos os impactos e as questões judiciais”, observou.

Ainda segundo De Biase, uma decisão do desembargador José Ivo de Paula Guimarães, do Tribunal de Justiça do Estado (TJPE), permitiu a realização do encontro, diferente do que disse o grupo Direitos Urbanos.

De acordo com a arquiteta e integrante do movimento Cristina Gôveia uma liminar da juíza Edina Maria Brandão de Barros Correia, proferida na quinta (27), impedia qualquer reunião do CDU, com o argumento de que três das 14 cadeiras reservadas para a sociedade civil estão vagas.

A próxima etapa para a conclusão do projeto é a aprovação na Diretoria de Controle Urbano (Dircon), que ficará a cargo do futuro prefeito, Geraldo Julio (PSB). “A Diretoria vai analisar o material aprovado no Conselho e a adequação da planta do projeto às ações mitigatórias.

Além disso, o Consórcio terá que assinar um termo de compromisso garantindo que vai cumprir o que foi decidido pelo Conselho”, explicou a gestora.

De acordo com ela, há 14 ações de mitigação no projeto, ou seja, 14 pontos que precisam ser modificados para atender às exigências dos órgãos públicos e da Lei.

De Biase revelou, inclusive, que o viaduto do Forte do Forte das Cinco Pontas pode ser demolido por determinação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para adequar o projeto à paisagem e o Forte não ser ofuscado. “Também estão entre as exigências a preservação de algumas casas do entorno e de alguns galpões, investimentos em mobilidade e recuperação da Igreja de São José”, contou.

Procurada pela reportagem, a secretária de Assuntos Jurídicos, Virgínia Pimentel, não atendeu às ligações.