Foto: Roberto Soares/JC Imagem Por Carolina Albuquerque No Jornal do Commercio deste domingo Apesar da desilusão com os rumos do PCB, que o expulsou no dia da eleição municipal, Roberto Numeriano não desistiu da política.
Planeja para o primeiro semestre de 2013 a sua filiação ao PSOL, partido que compôs a coligação de apoio à sua candidatura a prefeito do Recife.
Veterano no quesito disputa majoritária e um dos nomes expressivos do PCB no Estado, Numeriano conta que a princípio será apenas um militante e não ocupará nenhum cargo executivo ou administrativo na nova legenda. “Será uma militância diferenciada, sem ser dirigente partidário.
Não tenho interesse.
O PSOL é um espaço que vai me propiciar o debate com a opinião pública.
Sou uma homem de partido, eu preciso disso”, esclarece.
Afirmando estar decepcionado com a atitude de “certos dirigentes” comunistas, Numeriano diz que já existia, antes mesmo da sua expulsão, um sentimento de revolta que causou e está causando uma debandada da militância do PCB. “Eu estava combatendo isso, o que chamo de uma interpretação integrista da prática do partido.
Mas eles não aguentaram as críticas e me expulsaram.
No partido, muita gente ficou revoltada.
Alguns saíram, outros deixaram de ser militante e outros irão se desfiliar em bloco. É um grupo de cerca de 30 pessoas que prepara a saída e irão divulgar uma carta.
Eles até citam meu exemplo”, adianta.
Na avaliação do ex-comunista, a cúpula do PCB tem trabalhado numa linha ultra-radical e conservadora. “Como o PSTU, eles (PCB) estão enxergando a revolução socialista em tudo quanto é canto.
Uma parcela do partido está criando expectativas ilusórias como se amanhã fosse ocorrer uma revolução e o capitalismo estivesse nos últimos dias”.
A cúpula nacional do PCB expulsou o correligionário por conta do apoio dado a Sérgio Leite, então candidato do PT à Prefeitura de Paulista, contrariando as instâncias da legenda, que havia decidido pelo fim da coligação com o PT no município.
Ele conta que as conversas para firmar a filiação estão sendo feitas com o presidente estadual do PSOL, Edilson Silva, e municipal, Esdras Peixoto. “Não tem outro partido, do ponto de vista político e ideológico, que cumpra essa papel do socialismo como alternativa para a sociedade brasileira.
O partido mais avançado é o PSOL”, diz.
Instado a responder sobre o futuro, Numeriano não descarta de todo a ideia de vir a concorrer na eleição de 2014, apesar de ser cauteloso. “Isso quem vai dizer é o tempo, na minha luta dentro do PSOL.
A minha presença pode propiciar uma disputa, mas não vou entrar no PSOL por conta disso.
Se no futuro tiver condição, vou estudar.
Depende do chamamento e de eu reunir as condições”, despista.