Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem Por Bruna Serra No Jornal do Commercio deste domingo O sol brilhava soberano no céu do Pina.
De frente para o mar, na sala de reuniões do Hotel Transamérica, os 22 novos secretários da Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) foram presenteados na primeira reunião da equipe com um singelo kit.
A pasta transparente trazia o programa de governo, contratos em andamento e um livro com informações sobre a situação financeira, as obras e as despesas de cada secretaria.
As últimas dez páginas guardavam matérias de jornais - todas elas críticas - onde a população aparecia reclamando dos serviços básicos do Recife, como coleta de lixo, drenagem de canais e problemas com contenção de encostas.
Essa foi a maneira pela qual o prefeito eleito Geraldo Julio (PSB) recebeu seus colaboradores.
Queria que eles sentissem o peso da responsabilidade.
O chefe é exigente, não há espaço para falhas. “Esse kit foi todo montado com base nas informações que levantamos durante a transição.
Com esses dados, os secretários já podem procurar seus respectivos colegas - que desempenham essas funções na gestão atual - e começar o trabalho”, alerta o futuro comandante da pasta de Desenvolvimento Econômico, Antônio Alexandre, um dos coordenadores do processo de transferência de poder.
Em 90 dias, cada secretário deve ter um plano de atuação para apresentar ao chefe.
Com o brasão do Recife até nas folhas de anotações - exatamente como o governador Eduardo Campos utiliza no governo estadual -, os subordinados se puseram a anotar.
Durante a reunião, também lançaram mão de três mapas que foram adicionados à pasta.
Eles mostram a divisão da cidade por bairros, regiões político-administrativas (RPAs) e densidade populacional.
Lá se foram sete horas de reunião.
Recém-nomeado, o secretário estadual de Educação, Ricardo Dantas, fez uma apresentação sobre o modelo de racionalização de gastos implantado no Estado.
Todos revisaram o programa de governo e aprenderam sobre o funcionamento do modelo de gestão.
Nilton Motta, que ocupará a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, conta que iniciar o trabalho a partir desse material facilita a implementação do programa de governo. “Nós temos aqui uma concentração de informações fundamentais.
Sabemos em detalhe cada contrato, o objeto contratado, a empresa que está gerindo e os valores.
Não precisaremos fazer esse levantamento quando chegarmos ao cargo”, relata.
Assumindo a Secretaria de Habitação em janeiro, o petista Eduardo Granja também gostou do que viu. “É um material muito completo.
Você chega para discutir com o atual secretário já com uma base muito sólida de informações que foram passadas pelos próprios técnicos da prefeitura.
Assim, ganhamos tempo”, destaca.