Foto: reprodução Da Agência Estado O PT mineiro pretende filiar ao partido o empresário Josué Christiano Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar (PRB), que morreu em março do ano passado.
A filiação de Josué, presidente da Coteminas, é pretendida também pelo PMDB estadual.
O filho de Alencar é visto pelas legendas como um quadro técnico para as eleições majoritárias de 2014.
Um dirigente do PT teve pelo menos três encontros com o empresário nos últimos 15 dias, nos quais o assunto foi tratado com discrição, como manda a tradição da política em Minas.
Embora tenha como “candidato natural” ao Palácio Tiradentes o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, a sigla petista estuda novos nomes para confrontar a hegemonia do PSDB no Estado.
Josué é visto como opção para o Executivo ou para o Senado. “O nome do Josué tem sido lembrado no meio político.
O pai dele, o José Alencar, é o único filiado honorário do PT”, observou o presidente do diretório estadual petista, deputado federal Reginaldo Lopes. “Ele é um nome a ser considerado.” A doença de Alencar - que travou uma longa luta contra um câncer abdominal - aproximou nos últimos anos o filho empresário do meio político, no qual o ex-vice-presidente conquistou uma verdadeira legião de admiradores, principalmente no primeiro escalão do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ex-ministro Patrus Ananias e a atual presidente Dilma Rousseff costumavam tratar o ex-vice-presidente com reverência.
A presidente, segundo petistas, já chegou a brincar com o presidente da Coteminas, dizendo que ele deveria articular sua candidatura ao governo estadual.
Josué não descarta uma incursão na política, mas desconversa quando é questionado sobre o assunto. “A lembrança do meu nome é uma homenagem que estão fazendo ao meu pai”, disse ao Estado. “É óbvio que fico lisonjeado.
A atividade pública é uma atividade nobre e muito importante.” Se quiser mesmo ingressar na política partidária, o empresário terá como desafio preparar a transição no comando da indústria têxtil fundada por seu pai em 1967.
Quando decidiu se dedicar à política, em 1994, com a frustrada campanha ao governo de Minas, José Alencar delegou a Josué, o filho mais novo, a missão de tocar a empresa.
O herdeiro imprimiu a marca da internacionalização e ousadia ao grupo têxtil, mas também costuma ser descrito como um centralizador no comando dos negócios.
Além do PT, o PMDB mineiro trabalha para filiar o empresário.
O diretório estadual do partido insiste no discurso da candidatura própria em 2014.
O senador Clésio Andrade, que se filiou ao PMDB em março, já é considerado pré-candidato da legenda ao Palácio Tiradentes, sede do Executivo mineiro.
Mas o ingresso do filho de Alencar teria um impacto forte na política local, acredita o presidente estadual da legenda, deputado federal Antônio Andrade. “A informação que tenho é de amigos, desse desejo dele (Josué) de se filiar a um partido”, disse. “Assim que eu puder quero ter uma conversa com ele.
O pai gostava de dizer que o Josué era muito melhor que ele.” As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.