Por Luciano Siqueira, deputado estadual e vice-prefeito eleito do Recife O Jornal do Commercio desta quarta-feira (19) noticia que 64% dos recifenses manifestam expectativa altamente positiva acerca da futura gestão de Geraldo Julio, somando-se os itens excelente, boa e regular.
Natural que assim seja, tanto pela espetacular vitória alcançada pela Frente Popular no primeiro turno do pleito, como pelas limitações alcançadas pela atual gestão.
Natural e bom.
Todo governante deseja se cercar de boas expectativas e da confiança da população.
Ao mesmo tempo, cumpre agir com diligência e esmero para corresponder a essas expectativas.
O prefeito Geraldo Julio vem trabalhando nessa direção, desde a primeira semana subsequente não pleito.
O trabalho até agora efetuado na chamada transição tem sido muito produtivo.
O secretariado, escolhido em tempo político hábil, uma vez anunciado já principiou a trabalhar.
Entretanto, há no senso comum uma componente com a qual todo novo gestor tem que lidar – e o caso do Recife, agora, não é diferente.
O imediatismo, tão acentuado quanto é o desconhecimento dos procedimentos administrativos.
Os tempos de governo em geral não percebidos pela população.
Primeiro, o tempo de implantação, que leva alguns meses.
Não basta escolher e nomear os integrantes dos escalões superiores, cumpre montar equipes, formatar projetos, implantar o modelo de gestão.
Uma primeira fase que, a um só tempo, implica evitar solução de continuidade dos serviços essenciais prestados à população e em tocar a travessia na alteração de estruturas e alocação de recursos humanos.
Em seguida, quando o governo engrena, sofre inevitáveis influências do pleito nacional, que neste caso se dará em 2014.
Embora não esteja em jogo o poder local, a campanha desafiará as gestões iniciadas em janeiro a darem mostras de eficiência via apresentação de resultados concretos.
Só a partir do terceiro ano de governo é que a colheita mais substancial é feita, resultados de dimensão superior podem ser cotejados. É possível que uma gestão moderna, operante e ágil encurte esses tempos.
No Recife, tentaremos.
O diálogo esclarecedor junto aos cidadãos e cidadãs, no cotidiano da gestão, será indispensável para aproximar expectativas e cobranças da realidade concreta.
Semana passada, tomei três taxis.
Em todos, invariavelmente, antes dos seus condutores me reconhecerem, ao perguntar sobre como anda a praça neste começo de fim de ano, todos responderam que a tendência é melhorar, porém o lucro tem sido pequeno porque o trânsito na cidade está insuportável.
Mas, disseram “em janeiro as coisas mudam”, referindo-se ao início do nosso governo.
O jeito é dar duro para não decepcionar – nem os taxistas, que imaginam que tudo possa acontecer quase que num passe de mágica, nem ao conjunto da população que almeja uma cidade bem melhor.