Foto: Ricardo Stuckert/divulgação Blog de Jamildo com Agência Estado Durou quase três horas o encontro em São Paulo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com oito governadores que foram “prestar solidariedade” ao ex-presidente na tarde desta terça-feira (18).

A iniciativa ocorre após reportagem sobre depoimento do empresário Marcos Valério em que ele declara que Lula teria sido beneficiado pelo esquema mensalão com pagamento de contas pessoais.

Uma das ausências do encontro foi a do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que alegou não poder faltar à diplomação do prefeito eleito do Recife, Geraldo Julio (PSB).

Omar Aziz (PSD-AM), Wilson Martins (PSB-PI) e André Puccinelli (PMDB-MS) também faltaram.

Apesar da falta, Eduardo afirmou que não há abalo na relação do ex-presidente, mesmo o PSB ter rompido com o PT em cidades importantes nestas eleições, como no Recife e em Campinas. “Não há nada disso [abalo na relação].

Vocês sabem muito bem que não há nada disso.

Vocês escreveram muito sobre esse tema e me parece que não houve nenhuma prova de que fosse verdade.

Tenho uma relação de grande respeito com Lula, que é preservada de qualquer questão política”, disse, em conversa com a imprensa após a cerimônia de diplomação de Geraldo.

De acordo com o socialista, ele participou da articulação para que o encontro ocorresse, mas no mesmo horário precisou participar “de uma solenidade convocada pela Justiça, que não caberia adiamento”.

Participaram da reunião, além de Cid, os governadores Tião Viana (PT-AC), Camilo Capiberibe (PSB-AP), Jaques Wagner (PT-BA), Sérgio Cabral (PMDB-RJ), Silval Barbosa (PMDB-MT), Agnelo Queiroz (PT-DF) e Teotônio Vilela Filho (PSDB- AL), este último foi um dos porta-vozes do grupo no final da reunião. “Viemos dizer para ele que estamos indignados com essa coisa (denúncia de Marcos Valério), que isso não é respeitoso para com a figura do ex-presidente e com a memória do Brasil”, relatou o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), garantindo que durante a conversa não foi aprofundada a questão do julgamento do mensalão.

Segundo ele, durante o encontro os governadores também falaram sobre reforma e valorização da política, além do tema mais quentes no Congresso Nacional como a distribuição dos royalties do petróleo.

Segundo relatos dos governadores, Lula defendeu o diálogo entre os Estados produtores e não produtores de petróleo e a busca de um consenso. “O presidente sempre pregou o diálogo, mas às vezes se tem de radicalizar para encontrar um caminho para o meio termo”, afirmou Cid Gomes.

O governador tucano fez questão de dizer no final do encontro que foi prestar solidariedade ao ex-presidente por ser um velho amigo de Lula.

Aos jornalistas, Teotônio Vilela Filho disse que apesar de ser de um partido de oposição ficou à vontade no encontro porque estava “entre companheiros”. “Sou amigo pessoal do (ex) presidente Lula e o Estado de Alagoas é muito grato à postura republicana, solidária e parceira que o presidente Lula teve para com o Estado”, justificou. “O presidente Lula tem um grande serviço prestado ao Brasil assim como teve o presidente Fernando Henrique Cardoso.

Não é uma denúncia de um Marcos Valério que vem desmanchar o trabalho que foi feito”, acrescentou o governador tucano, afirmando que figuras prestigiadas internacionalmente como Lula e FHC “precisam ser preservadas”.

Agnelo Queiroz questionou a estratégia “rasteira e sórdida” de alguns grupos ao tentar desconstruir a imagem de Lula. “Não podemos admitir a tentativa de desconstruir a imagem do presidente Lula da forma como estão fazendo”, criticou.