Foto: Clemilson Campos/JC Imagem Por Bruna Serra No Jornal do Commercio desta segunda-feira O racha crescente na tendência petista Construindo um Novo Brasil (CNB), comandada em Pernambuco pelo senador Humberto Costa, está aprofundando a crise interna do partido, que começou em maio passado com o processo de prévias para escolha do candidato no Recife, entre o prefeito João da Costa e o ex-deputado federal Maurício Rands.
A reunião do diretório estadual do PT, no último sábado (15), foi novamente cancelada após quase duas horas do horário marcado, por falta de quórum.
Dos 57 membros do diretório, apenas 22 estiveram no encontro.
Chamou atenção a ausência de praticamente toda a ala do PT que apoiou com empenho a candidatura de Humberto Costa à Prefeitura do Recife este ano.
A CNB conta com 29 membros e se todos estivessem presentes, o quórum mínimo - que é justamente de 29 pessoas - teria sido alcançado.
Chamou atenção de quem chegava à sede do partido para o encontro uma carta da tendência que seria submetida à aprovação.
Nela, integrantes da corrente afirmam que, para ser iniciado o processo de análise da derrota após 12 anos de comando na prefeitura, é preciso primeiro punir eventuais “infiéis” que não tenham colaborado na campanha de outubro passado. “É inaceitável a infidelidade partidária frente aos estatutos e as decisões adotadas por instâncias legítimas do PT.
Para construir o entendimento, temos uma relevante questão preliminar a enfrentar e resolver.
A apuração imparcial e a firme aplicação das sanções estatutárias em relação às práticas inaceitáveis da infidelidade partidária que ocorreram em alguns municípios do Estado e no Recife”, diz o documento.
Na carta, a CNB critica a condução da eleição pelo governador Eduardo Campos (PSB) e destaca que o partido não foi tratado pelo conjunto da Frente Popular como deveria, dadas às contribuições que vem oferecendo à esquerda desde a eleição de João Paulo, em 2000. “Apesar de contribuições relevantes do PT nas esferas nacional e local para o fortalecimento do Estado e da Frente Popular, o tratamento dado ao partido foi surpreendente e injusto e isso ocorreu em todo o Estado e não apenas no Recife”, emenda o documento.
Os petistas signatários da carta compararam ainda a postura adotada pela presidente Dilma Rousseff e pelo governador. “Além desse fato comum a todo o Estado, os candidatos petistas ainda tiveram de enfrentar a ativa participação da principal liderança da Frente Popular, o governador Eduardo Campos, nas campanhas em que os partidos da base aliada estadual estavam em legítima disputa tanto na região metropolitana como em todo interior.
Uma escolha contrastante com a posição acertada e isenta apresentada pela presidente Dilma Rousseff.” Suspensa a reunião, não há nova data agendada para sua realização.