Paulo Vieira é apontado como chefe da quadrilha Da Agência Estado Paulo Vieira, alvo da Operação Porto Seguro e apontado como chefe de quadrilha que corrompia servidores de órgãos federais para compra de pareceres técnicos, saiu da trincheira do silêncio e acusa o Ministério Público Federal e a Polícia Federal de “blindarem a ministra Izabella Teixeira”, do Meio Ambiente.

Ele afirma que a ministra fez “pressão” para que fosse aprovado projeto de interesse do ex-senador Gilberto Miranda, denunciado por corrupção ativa.

Ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), cargo que assumiu em 2010 por indicação da amiga Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo e acusada de integrar o grupo, ele nega que tenha pago propina a Cyonil Borges, do Tribunal de Contas da União, que delatou o esquema.

Vieira se apresenta como “um petista de baixo clero” e defende Rose categoricamente.

Revela-se indignado e amargurado.

Recorre a Deus frequentemente, a quem pede proteção nesta etapa difícil de sua vida.

Classifica a ANA de “cabide de emprego”.

Desafia que provem contra ele prática de ilícitos e diz não ter intenção de delatar outros nomes - em conversas reservadas havia admitido a possibilidade de contar o que sabe, como divulgou o Estado.

Vai provar, avisa, sua inocência à Justiça.

Aponta laços entre o ex-ministro dos Portos Pedro Brito e Miranda. “Tenho provas de tudo.” Repudia o papel que lhe é imputado pela acusação. “Que quadrilha é essa que supostamente só participou de dois pareceres em anos de ‘atividades’?

Onde está o dinheiro de propinas que recebi?”.

IZABELLA - Procurada neste domingo (16) à noite pelo Estado, logo após Paulo Vieira conceder a entrevista, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, informou não ter tratado do projeto da Ilha de Bagres, de Gilberto Miranda, nem com o ex-senador acusado pela Operação Porto Seguro nem com Luís Inácio Adams, chefe da Advocacia-Geral da União (AGU). “Não trato de projetos específicos.

Quando me dirijo à AGU, o faço formalmente com consultas referentes a questionamentos por parte do órgãos vinculados do ministério sobre entendimentos jurídicos de aplicação de normas ambientais.” “O processo de licenciamento seguiu os ritos legais e técnicos.

Desconheço qualquer informação que comprometa tecnicamente e procedimentalmente a análise e tomada de decisão”, completou a ministra. “O Ibama já prestou informações ao Ministério Público sobre o licenciamento”.As informações são do jornal O Estado de S.

Paulo.

Ministra nega ter tratado especificamente do projeto da Ilha de Bagres