Foto: reprodução O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, só se pronunciará após o final do julgamento do mensalão sobre que as medidas irá adotar a partir do depoimento de Marcos Valério ao Ministério Público.

Gurgel evitou comentar o assunto durante todo o dia de ontem, mas sua assessoria informou que o procurador vai aguardar o término do mensalão no STF.

Mas seu antecessor no cargo e autor da denúncia do mensalão, Antônio Fernando de Souza, ex-procurador-geral, comentou as declarações de Valério e as considerou sem força e insuficientes para que sejam abertas novas investigações.

Antônio Fernando disse que Valério ainda precisa provar o que disse ao Ministério Público em setembro. “A informação que eu tive é que esse depoimento é baseado no ‘eu acho’, ‘eu vi’, ‘me disseram’.

Não sei o que o MPF tem a fazer, mas pelo que vi não tem nem o que fazer porque não tem documentos, não tem a data.

Só tem a fala, sem indicação de como confirmar isso, pelo que sondei”, disse Antonio Fernando.

O ex-procurador entende que nenhuma informação nova pode integrar o processo do mensalão, em fase de encerramento.

Antônio Fernando entende não haver provas contra o ex-presidente Lula.

Ele lembrou que há sete anos, quando o MP abriu o inquérito, Valério citou Lula. “Esse julgamento acabou.

Não pode usar nenhuma coisa nova.

Se eu desejava fazer uma denúncia consistente e não uma denúncia de natureza política, não um ato político, evidentemente que só poderia fazer imputações a pessoas citadas naquele episódio.

Não havia indício contra o ex-presidente Lula”, disse.