Foto: reprodução Por Pedro Romero No Jornal do Commercio desta quarta-feira Mesmo sob pressão popular, a Câmara de Vereadores de Caruaru aprovou ontem à noite, por dez votos a cinco, projeto que aumenta em mais de 50% o salário do prefeito José Queiroz (PDT), cujos vencimentos passam de R$ 16 mil para R$ 25 mil.

O projeto também reajustou os salários dos vereadores – de R$ 9 mil para R$ 12 mil –, dos secretários municipais – R$ 9 mil para R$ 11 mil – e do vice-prefeito Jorge Gomes (PSB), que passa a ganhar R$ 12,5 mil ao invés de R$ 8 mil.

Uma emenda também instituiu o 13° salário para os vereadores.

Com o novo salário, Queiroz passa a ser um dos prefeitos mais bem pagos do País.

Em São Paulo, por exemplo, o vencimento do gestor está em R$ 24.117,00.

No Recife, R$ 14.635,00.

A votação agitou a sessão da Câmara Municipal e no final houve tumulto.

A polícia foi convocada e foram detidos um estudantes, que participava dos protestos, e um assessor do vereador Leonardo Chaves (PSD), autor de uma emenda que aumentou ainda mais o salário do prefeito.

Durante toda a sessão, o plenário esteve lotado, principalmente por estudantes, professores e outros profissionais que protestavam com faixas e cartazes.

Alheios à pressão, a maioria dos vereadores votou pelo projeto de reajuste salarial, que previa R$ 24 mil para o prefeito, mas recebeu a emenda de Leonardo Chaves e passou para R$ 25 mil. “Já era para estarmos recebendo R$ 12 mil desde o ano passado, quando os deputados estaduais, que servem de base para o salário dos vereadores, tiveram reajuste.

E o 13° salário é direito dos vereadores em várias cidades”, argumentou Chaves.

Outro que votou a favor foi Zé Ailton (PDT). “Votei porque acho legal e justo.

Não voto contra aumento de ninguém”, disse.

A emenda que dá direito ao décimo terceiro foi apresentada pelo vereador Alecrim (PSD). “É um direito de todos os funcionários.

Este benefício já existe no Senado, na Câmara Federal e para os deputados estaduais”, pontuou.

O projeto foi aprovado em detrimento de outro apresentado pelo presidente da Casa, Lícius Cavalcanti (PCdoB).

A iniciativa previa a manutenção dos atuais salários do prefeito e secretários, reajustando apenas os vencimentos dos vereadores, que passariam de R$ 9 mil para R$ 12 mil. “Apresentamos essa proposta por causa da crise que a prefeitura está passando, com a a seca e demissões na prefeitura.

Mas como a Câmara está em situação melhor, os vereadores teriam reajuste”, frisou Lícius.

A aprovação fez aumentar os protestos. “Esse aumento pode ser legal, mas é imoral.

Não é justo, é abusivo.

Vamos buscar outras formas de lutar contra essa iniciativa”, disse a estudante Joana Figueiredo.

Como membro do Parlamento Jovem de Caruaru, ela acompanhou a discussão desde o começo e se mostrava indignada.