Foto: divulgação Os seis vereadores do Recife cassados pela Ditadura Militar (64-85) foram homenageados nesta segunda-feira (10), em sessão solene na Câmara.

No ato, que marcou o Dia Internacional dos Direitos Humanos, houve o descerramento de uma placa lembrando os nomes de cada um.

Escolhido para discursar representando os vereadores cassados, João Bosco Tenório aproveitou o encontro para esclarecer fatos que até hoje compõem a sua biografia. “Eu nunca fui comunista, nunca fui preso.

Sempre fui o que sou hoje, embora isso conste no arquivo nacional.

Esta é uma realidade que a Comissão Estadual da Verdade tem que enfrentar para que não gere informação política antidemocrática”, destacou.

Além dele, foram agraciados o jornalista e analista político Jarbas de Holanda, o ex-funcionário da rede ferroviária Ivan Gonçalves Cidreiras (PST), Felício Coelho Medeiros (PTN), Luiz Sebastião Cavalcanti (PSB) e o ex-sindicalista portuário Alfredo Francisco da Silva (PSD).

Os quatro últimos, já falecidos, foram representados por familiares.

Durante a solenidade, a vereadora Marília Arraes (PSB) - de quem partiu a iniciativa do evento - pediu à Comissão Estadual da Memória e Verdade investigações sobre a deposição do governador Miguel Arraes em 1964 e a morte dos dois líderes estudantis, Ivan Rocha Aguiar e Jonas José de Albuquerque.

Ambos teriam sido assassinados após saírem de uma passeata contra o golpe militar e a prisão de Arraes. “Na petição que estamos entregando, estamos sugerindo ao Governo do Estado que instale, no prédio onde funcionou o extinto Departamento de Ordem Policial e Social – DOPS, um “Espaço Memória” para a celebração constante da verdade história”, comentou Marília.