Foto: JC Imagem O senador Humberto Costa, que trava com o prefeito João da Costa um embate por espaços no PT Recife, declarou que não deve haver recurso contra a decisão da Executiva Municipal do partido de aderir à base do próximo prefeito, Geraldo Julio (PSB).

No almoço, promovido pelo senador nesta segunda-feira (10), o petista avisou que as movimentações do seu grupo político devem ser “lentas”, para não criar mais atritos dentro da sigla. “Não deve haver recurso dessa decisão.

Não sei de ninguém que queira apresentar recurso”, avisou o senador, excluindo qualquer possibilidade de uma manobra na Executiva Nacional contra a decisão do PT Recife.

Humberto, que perdeu para Geraldo Julio (PSB) a disputa pela Prefeitura do Recife, foi contra a adesão dos vereadores petistas à base governista da próxima gestão. “Eu quis demonstrar a minha posição política.

Mas não vou entrar com recurso”.

Veja também: “João Paulo é o único nome do PT para disputa majoritária”, afirma Humberto" Humberto vai fazer intensivo de inglês na Califórnia De acordo com o senador, a argumentação utilizada pelos adesistas é “frágil” e, por isso, foi firme ao criticar a decisão da municipal.

Os defensores da aliança afirmavam que o alinhamento municipal é “automático”, já que a nível estadual e nacional os partidos são aliados. “Mas a nível municipal é diferente”, reiterou Humberto. “Aqui o candidato do PSB se elegeu com um discurso de oposição.

E como seremos uma alternativa de poder se estamos dentro do governo?”, questiona.

O petista também disse que a decisão da Executiva Municipal foi comentada na reunião nacional do PT, realizada no último sábado (8).

Em resposta à argumentação dos petistas adesistas, que defendem que o partido esteja no poder, colaborando com “as melhorias sociais trazidas pelo modo petista de governar”, Humberto disse que isso é irreal. “Se o PT vier a assumir alguma secretaria - que eu acho que não deveria assumir - certamente será uma secretaria periférica”.

Apesar da discordância, Humberto passa a adotar um tom mais ameno no embate por espaços dentro do partido.

O petista acredita que a decisão tomada pela municipal deve, sim, ser revertida.

Não por um recurso, mas por um fator externo ao PT. “Os fatos vão se sobrepor a esta decisão”, apostou Humberto, referindo-se às movimentações nacionais de Eduardo campos (PSB), padrinho político de Geraldo Julio.

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