Por Bruna Serra, do Jornal do Commercio No fundo do corredor do quarto andar do Palácio do Capibaribe, sede da Prefeitura da Cidade do Recife (PCR), a funcionária terceirizada da limpeza praticamente não tem mais o que fazer.

Passa boa parte da manhã e da tarde sentada nas cadeiras velhas que se acumulam num canto.

No relógio de ponto da Secretaria de Finanças, poucos cartões.

Dois andares acima, onde funciona a Secretaria de Assistência Social, quem desembarca do elevador se depara com móveis amontoados pelos corredores, mesas empilhadas com os pés voltados para cima. “Tudo anda meio parado por aqui.

Fim de gestão é assim, sempre acontece isso”, diz um passageiro do elevador ao ascensorista. “Eu nem vi ainda o homem novo por aqui”, responde o funcionário, referindo-se a Geraldo Julio (PSB), prefeito eleito que toma posse em 1º de janeiro.

O diálogo se deu na manhã da última quarta-feira (5), quando a reportagem do JC esteve na PCR.

Em outra visita, à tarde, o cenário não era diferente.

No quinto andar ficam as secretarias de Saneamento, sob a responsabilidade do ex-deputado estadual José Marcos de Lima, do PR, e de Ciência Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, ocupada por José Bertotti, do aliado histórico PCdoB.

Porém, quase não se vê salas em pleno funcionamento.

Os corredores foram encontrados vazios e o clima é mesmo de despedida.

Na tarde da terça-feira (4), nem mesmo os secretários despachavam na Casa, segundo informações das secretárias dos gabinetes. “O chefe de gabinete está aí, se quiser falar com ele…”, sugeriu uma das funcionárias. “Aqui no elevador não sobe mais com aquele tanto de gente.

Os funcionários estão bem parados.

O Natal chegou faz tempo”, conta outro passageiro do elevador, ao ouvir o comentário sobre o clima de marasmo que tomou conta da PCR.