Foto: reprodução Por Manoel Guimarães No Jornal do Commercio desta quinta-feira Após criticar o governo federal, durante palestra em São Paulo, onde afirmou que a gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) não tem “rumo estratégico”, o governador Eduardo Campos (PSB) negou ontem, durante visita ao município de Salgueiro, no Sertão, que esteja se valendo de um discurso presidenciável.

O socialista, em entrevista a uma rádio local antes de participar da reunião do Comitê Integrado de Enfrentamento à Estiagem, afirmou que tem procurado ajudar a petista, mas ressaltou que não pode “tapar o sol com uma peneira” e que às vezes as pessoas “não são ajudadas por aquele amigo que só diz as coisas que se quer ouvir, e sim por aquela palavra dura que o verdadeiro amigo fala”. “Não se trata de uma crítica.

Tenho pela presidente Dilma um grande respeito. É uma brasileira séria, que tem valores e tem a nossa confiança e do povo brasileiro para gerir o País.

Agora, não posso tapar o sol com uma peneira”, dispara. “Nós tivemos dois anos muito duros, de baixo crescimento, onde o Brasil cresceu menos que nos governos de Fernando Henrique (PSDB) e de Lula (PT).

Isso é culpa da presidente Dilma?

Não.

O Mundo vive uma crise muito grande, e ela tem tomado muitas providências.

Mas a realidade é que essas providências afetaram fortemente as finanças dos municípios e dos Estados.

Eu tenho procurado ajudar falando a verdade”, afirmou Eduardo.

Rebatendo as críticas que tem recebido de alguns petistas, insatisfeitos com sua postura cada vez mais presidenciável, o governador ressaltou que não tem falado de “questões que não são relevantes”.

Ele destacou que tem buscado colocar uma visão para melhorar as atuais políticas. “A gente precisa melhorar e desconcentrar a receita pública no Brasil.

Tem que vir dinheiro de Brasília para os Estados e municípios para se tocar obras.

Temos que preservar os empregos gerados, concluir as obras que foram iniciadas e, sobretudo, parar de discutir eleições.

O povo está cansado desse pessoal que sai de uma eleição e já começa a discutir a outra. É hora de trabalho, de serviço, de focar na retomada do crescimento econômico e nas condições de governança para Estados e municípios”, colocou.

Eduardo disse ainda que se seus discursos têm atraído a simpatia de algumas pessoas, é porque têm tido “clareza” para expressar seu ponto de vista. “Essas coisas que tenho falado, como a rediscussão do pacto federativo, têm ganho apoio de muitas pessoas porque elas veem minha fala como clara, serena e objetiva de quem acumulou experiência e quer que o Brasil dê certo.

Quero ajudar a presidente Dilma para que ela ajude o País”, concluiu.

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