Por Terezinha Nunes, especial para o Blog de Jamildo Não se pode negar o esforço do ex-presidente Lula para redistribuir os recursos que encontrou em caixa quando assumiu a presidência da República, após oito anos de ajustes e avanços econômicos produzidos pelo seu antecessor, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Enquanto foi possível, Lula foi queimando todas as gorduras deixadas por FHC na economia brasileira.

De tão embevecido pelo sucesso eleitoral do bolsa família que nem mesmo os primeiros escândalos foram capazes de abalar, Lula chegou a desdenhar quando a atual crise econômica começou a dar sinais nos países desenvolvidos.

Batizou de “marolinha” o tsunami que derrubou bolsas e levou à bancarrota a economia de gigantes europeus.

Apesar de nada entender de economia, Lula deve ter sido advertido pelos especialistas no assunto em sua equipe, de que o buraco era mais embaixo.

Mas não ligou.

Continuou deitando falação, mandando os brasileiros consumirem mais, e dando a impressão de que viveríamos eternamente em um mar de rosas.

Mas a herança bendita deixada por FHC, que fez o Proer, o que evitou os bancos brasileiros quebrassem quando a crise foi deflagrada, e domou a inflação via Plano Real, um dia se esgotaria diante da gastança generalizada das administrações do PT, em alguns momentos beirando a irresponsabilidade.

Nada foi realizado de produtivo desde que a crise começou para que o Brasil pudesse enfrentá-la sem grandes atropelos.

Lula não fez, Dilma também não.

E quando agiu trabalhou de forma incorreta, como se vê agora.

Na mesma linha do seu antecessor, Dilma reduziu artificialmente o preço dos automóveis para que a classe média continuasse a comprar e fez o mesmo nos eletrodomésticos de linha branca, o sonho de consumo da emergente classe C.

O resultado de tudo isso sobrou para os municípios e, agora, para todo o país.

Como o cobertor é curto, a redução do IPI dos automóveis derrubou o Fundo de Participação dos Municípios, maior fonte de renda de mais de 60% dos municípios brasileiros, produzindo uma quebradeira generalizada nas prefeituras, sobretudo das áreas mais pobres.

Este final de ano, muitos funcionários municipais estão sendo demitidos e os que sobrarem vão, em grande parte, ficar sem o 13.o salário.

Além disso, cidades pequenas e médias estão deixando até de recolher o lixo por falta de pagamento às empresas especializadas.

No geral, a conta acabou de ser mostrada ao país: o Produto Interno Bruto de 2012 crescerá menos de 1%, índice que não se via há muitos anos.

De tão pequeno, o PIB de 2012 já recebeu dois apelidos: pibinho e pibmeu ( uma mistura de PIB como pigmeu).

Agora a presidente luta desesperadamente para fugir do vexame até mesmo internacional, já que vivemos em tempos de globalização.

Com tão baixo crescimento do PIB, o Brasil está levando lição de moral até dos demais países latino-americanos, também afetados pela crise.

No ranking da América Latina só vamos crescer mais este ano do que o inexpressivo Uruguai.

Segundo a OCDE, no que se refere aos Brics (países emergentes) o Brasil também vai ficar na lanterna este ano.

A China vai crescer 7,5%, a Índia 4,5% e a Rússia 3,4%.

CURTAS Demissões As estatais do setor elétrico podem ser obrigadas a demitir em massa funcionários no começo do ano para compensar a perda de receita produzida pela decisão da presidente Dilma Rousseff de baixar em 20% o preço da conta de luz.

Mais problemas para o PT administrar.

Direitos Humanos O PMDB pode vir a ocupar a secretaria de direitos humanos da Prefeitura do Recife.

Comenta-se nos meios políticos que o ex-presidente da OAB, Jayme Asfora, primeiro suplente de vereador, poderia vir a ser convidado para ocupar o posto pelo prefeito Geraldo Júlio.

Lula de volta Cresce no PT movimento para que Lula volte a disputar a presidência, caso a crise econômica se agrave.

O temor é de que Dilma chegue em 2014 sem competitividade.

A tendência neste cenário seria o partido encolher, sendo engolido até por legendas até recentemente nanicas como o PSB.