Foto: reprodução O deputado federal pernambucano Mendonça Filho (DEM) afirmou, após a audiência pública com o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, que ficou clara a estratégia do Governo Federal de tentar abafar a participação da ex-chefe de Gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, no esquema investigado pela Polícia Federal.
Cardozo foi à Câmara Federal para explicar a Operação Porto Seguro aos parlamentares.
A ex-chefe de gabinete aparece nas investigações da Polícia Federal como uma peça chave no esquema de venda de pareceres técnicos em órgãos federais, revelado pela Operação Porto Seguro. “Mesmo as investigações da Polícia Federal apontando Rosemary no centro da operação, o ministro insistiu em tratar a participação dela como sendo de um núcleo de servidores de segundo e terceiro escalão, ignorando a influência dela no Governo e até mesmo junto ao então presidente Lula”, criticou Mendonça.
Autor da convocação do ministro, o democrata não ficou satisfeito com a explicação de Cardozo e da própria Polícia Federal para o fato de não ter sido quebrado o sigilo telefônico de Rosemary Noronha. “A explicação foi de que não tinha justa causa para quebrar esse sigilo.
Não entendi, porque a Rosemary aparece como personagem central do esquema investigado pela Polícia Federal”, afirmou.
O parlamentar também perguntou ao ministro se algumas gravações feitas pela Polícia Federal teriam sido descartadas e se procedia a informação de que Rosemary acompanhou Lula em várias viagens presidenciais, sem que sua participação fosse registrada oficialmente como participante da comitiva oficial.
O ministro disse que não tinha conhecimento do fato e remeteu a resposta para o Ministério das Relações Exteriores.
Na audiência pública, Mendonça cobrou a ida à Camara dos envolvidos com a Operação Porto, como Rosemary Noronha, o advogado-geral adjunto da União, José Weber de Holanda Alves e servidores da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Agência Nacional de Águas (ANA), a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. “Espero que a sua presença aqui não seja interpretada pelo Governo como o suficiente para prestar todos os esclarecimentos necessários. É papel desta Casa apurar fatos como este e torná-los transparentes e, para isso, é fundamental a vinda dessas pessoas”, finalizou o deputado.