Foto: reprodução Por Sérgio Montenegro Filho No Jornal do Commercio desta quarta-feira Ao retornar hoje da viagem a Cuba, o prefeito eleito do Recife, Geraldo Julio (PSB), vai receber da sua equipe um esboço final da estrutura organizacional a ser implantada na PCR a partir de janeiro, e até o final da semana deve dar a palavra final sobre o novo formato.

Dessa forma, o socialista ganhará mais tempo para definir os nomes que vão integrar seu secretariado, uma missão que, segundo admitem auxiliares próximos do prefeito eleito, não tem sido tão fácil.

A ideia ainda é anunciar os integrantes do primeiro escalão municipal até o Natal.

Mas há quem defenda uma antecipação, para dar aos escolhidos mais tempo para se adaptar às novas funções.

Dois fatores dificultam o fechamento da futura equipe de Geraldo Julio.

O primeiro - já velho conhecido - é a remuneração.

Um secretário municipal recebe, hoje, R$ 12,9 mil.

Um salário pouco atraente para executivos em atividade no mercado privado.

As discussões do organograma da nova administração incluem uma tentativa de aumentar os valores sem, no entanto, gerar impacto na folha de pagamento.

O outro critério, porém, é o que deve render mais polêmica dentro da Frente Popular, coligação de 14 partidos que ajudou a eleger Geraldo.

O futuro prefeito não descarta indicações políticas, mas pedirá aos partidos que ofereçam pessoas qualificadas de fato para a função que vão exercer.

Para isso, serão estabelecidos alguns critérios técnicos a serem preenchidos pelo candidato ao cargo. “Se o nome indicado não tiver a qualificação necessária, não conseguirá acompanhar a dinâmica da gestão”, explica o coordenador da equipe de transição, Antônio Alexandre. “Estamos estudando uma proposta de estrutura organizacional que mude o padrão da gestão municipal, fortalecendo a capacidade gerencial e melhorando o grau de eficiência.

Caso contrário, corremos o risco de não dar à sociedade as respostas que ela espera”, acrescenta.

O coordenador esclarece, porém, que ao estabelecer critérios técnicos para o preenchimento dos cargos, Geraldo Julio não está “barrando” as indicações políticas, mas apenas criando condições de continuidade do trabalho.

Ou seja: o prefeito eleito quer evitar o troca-troca de secretários ao longo da gestão, tendo que substituir os que não se adaptarem à função.

Ao longo desta semana e da próxima, Geraldo também deverá ampliar as conversas com possíveis auxiliares do setor público.

O socialista não descarta a busca de nomes entre servidores do Tribunal de Contas (TCE), Secretaria da Fazenda, Ministério Público e outros órgãos técnicos.

Recentemente, ele esteve reunido com a presidente do TCE, conselheira Teresa Duere, e conversou sobre essa possibilidade.

O tema também tem sido amplamente tratado com seu padrinho político, o governador Eduardo Campos (PSB), que deverá ceder alguns nomes da administração estadual para a Prefeitura.

A assessoria de Geraldo Julio não confirmou, mas a expectativa é de que ele se reúna, amanhã, com os outros 13 prefeitos eleitos da Região Metropolitana do Recife.

A ideia é abrir uma discussão inicial sobre uma gestão integrada dos problemas comuns às 14 cidades da área.

O encontro está sendo articulado pelo vice-prefeito eleito Luciano Siqueira.

Ao lado dos prefeitos eleitos Flávio Nóbrega (Surubim) e José Mário (Carnaíba), Geraldo participou do Cuba Salud, uma convenção que reuniu gestores de países das Américas e África para troca de experiências na área de saúde pública.