Na Folha de São Paulo A oposição começou ontem a recolher assinaturas para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado para investigar o esquema de venda de pareceres e tráfico de influência desmontado pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal.

São necessárias assinaturas de 27 senadores para que a CPI seja criada.

A oposição tem 15 senadores, mas a expectativa de parlamentares do DEM e PSDB é conseguir o apoio de governistas da ala “independente” do Senado. “Sabemos que teremos dificuldades para conseguir 27 assinaturas.

O governo entra em pânico quando vê a possibilidade da Rosemary Noronha [ex-chefe do gabinete da Presidência em São Paulo] falar no Congresso.

Mas o objetivo é mostrar quem está de um lado, quem está do outro”, disse o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR).

O tucano já tem o apoio das bancadas do PSDB e do DEM.

Apesar de integrar a base de apoio da presidente Dilma Rousseff, o senador Pedro Taques (PDT-MT) disse que vai assinar o pedido: “Eu assino pedidos de criação de CPI porque é obrigação do Congresso investigar denúncias”.

Com o Congresso às vésperas de entrar em recesso parlamentar, a CPI corre o risco de ser instalada somente no ano que vem -a não ser que o presidente da Casa, José Sarney, aliado da presidente Dilma Rousseff, leia o requerimento antes do início do recesso, em 23 de dezembro.