A Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara realiza, nesta quinta-feira (6), às 14h, na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), sessão pública para tomar os depoimentos dos ex-presos políticos Pedro Bezerra, Francisco de Assis Filho e Marcelo Mário Melo.

O objetivo é buscar esclarecimentos para o período da história compreendido entre o golpe militar de 1964 e a promulgação da Lei da Anistia Política.

Os nove representantes da comissão participam do encontro.

A abertura será presidida pelo coordenador e ex-presidente OAB-PE, Fernando Coelho.

A sessão é aberta ao público.

Chico de Assis é advogado e jornalista.

Foi dirigente regional do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (1968/1970).

Foi preso em duas ocasiões.

Na segunda, de 1970 a 1979 esteve entre a ex-Casa de Detenção do Recife - hoje, Casa da Cultura de Pernambuco e a Penitenciária Barreto Campelo, na Ilha de Itamaracá-PE. “Fui violentamente espancado.

A prisão foi efetuada por agentes policiais do DOPS e da DSS (Delegacia de Segurança Social), através de cerco à casa onde morava, no bairro de Afogados.

Houve tiroteio.

A companheira Nancy Mangabeira Unger saiu gravemente ferida.

Fui torturado, submetido ao pau-de-arara e ao espancamento generalizado, chamado de “ciranda” pelos agentes policiais”, relembra Assis.

Marcelo Mário Melo é jornalista.

Ingressou na base do Ginásio Pernambucano do PCB em 1961, aos 17 anos de idade.

Participou da fundação do PCBR em 1967-68, entrou na clandestinidade e foi preso político em Pernambuco de 1971 a 1979, tendo participado de cinco greves de fome. “Defendo a militância quadrilateral:contra a fome, o raquitismo político, a subnutrição cultural e a corrupção visceral”, diz.

Marcelo escreve poemas, histórias infantis, minicontos, textos de humor e notas críticas.

Pedro Bezerra foi filiado também ao PCB.

Era, na época de 1964, um quadro importante dentro do Partido.

Atuava na seção sindical, articulando-se com os sindicatos dos portuários, dos arrumadores e estivadores.

Esteve na prisão, por motivos políticos, antes e depois de 1964 e sofreu várias violações em seus direitos.