Foto: reprodução Grande parte do PSDB paulista, aliados de José Serra - derrotado pelo PT por duas vezes em campanhas presidenciais - se mostraram desconfortáveis com o lançamento, na última segunda-feira (3), do nome do senador Aécio Neves, do PSDB mineiro, para a presidência da República, a ser pleiteada em 2014.
O tucanato paulista reconhece a força de Aécio, mas afirmam que o processo de definição da candidatura da sigla está sendo “atropelado”.
Amigo de Serra, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) evitou falar sobre a candidatura do senador mineiro, mas disse que é cedo para levantar a discussão. “O lançamento de uma candidatura presidencial não pode ser apenas um discurso.
Tem que ser resultado de um processo de unificação do partido, da atualização do nosso programa”, afirmou, em tom de crítica.
Já José Serra mantém resistência ao crescimento de Aécio dentro do partido.
Com a ascensão do mineiro, o grupo paulista vê seu poder ameaçado.
Aliados de Serra exigem que o senador mineiro abra espaço para políticos de São Paulo na cúpula do partido caso Aécio assuma a presidência da legenda no ano que vem.
O argumento dos paulistas é de que só assim podem unir a sigla.
Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB e aliado de Serra, não quis reconhecer a vantagem do mineiro e afirmou que tanto Aécio quanto o ex-governador paulista podem comandar a legenda a partir do ano que vem. “São as figuras mais representativas do partido hoje”, disse.
Os serristas não revelam se o ex-governador tem a intenção de disputar novamente a Presidência da República, mas temem que o fortalecimento de Aécio faça com que o senador mineiro isole a seção da sigla em São Paulo e permita que ele seja “ungido” candidato à sucessão de Dilma Rousseff, com a bênção de Fernando Henrique Cardoso.
Serra sequer participou do encontro dessa segunda-feira (3) onde o nome de Aécio foi lançado.
Ele estava nos Estados Unidos desde a semana passada, visitando parques da Disney com os netos.
Em uma reunião com o governador Geraldo Alckmin há cerca de 10 dias, Serra teria admitido que Aécio havia acumulado força suficiente para chegar ao comando nacional do PSDB.
Para o senador Álvaro Dias, líder do partido, o PSDB deve escolher o nome do candidato ouvindo seus filiados numa eleição primária, o que “fortaleceria o PSDB, valorizando as lideranças do partido”.
Aliados de Serra trabalham com a alternativa de emplacá-lo na presidência do Instituto Teotônio Vilela, braço de estudos do PSDB, com orçamento próprio e autonomia para organizar eventos e publicar artigos.
Com informações do Estado de São Paulo.