Foto: Clemilson Campos/JC Imagem Por Débora Duque No Jornal do Commercio desta segunda-feira A decisão de apoiar a gestão do prefeito eleito Geraldo Julio (PSB), tomada no último sábado (30) pela executiva municipal do PT no Recife, não põe fim ao debate interno do partido sobre o futuro da relação com os socialistas no Estado.

A questão ainda deverá ser discutida durante o encontro da executiva nacional da legenda, no próximo sábado (8), em Brasília, e também na reunião do diretório estadual, agendada para o dia 15.

PT acerta apoio a Geraldo Julio Presidente do PT em Pernambuco e defensor de uma postura de independência em relação ao partido do governador Eduardo Campos (PSB), o deputado Pedro Eugênio lembrou que as duas instâncias têm prerrogativas para reavaliar o posicionamento do diretório do Recife. “A discussão no dia 15 será ampla.

Vamos avaliar o quadro de todas nossas alianças no Estado, inclusive no Recife.

Como houve opiniões divergentes, existe a possibilidade desse debate ser levado de maneira formal ou não à instância estadual que, como a nacional, pode sempre reavaliar a política de alianças dos municípios.

Mas não estou dizendo que isso necessariamente vai acontecer”, afirmou, cauteloso.

Caso a questão seja levada à instância estadual, a tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), liderada pelo senador Humberto Costa (PT), e a Articulação de Esquerda, do ex-prefeito João Paulo (PT), desfrutariam, juntas, de uma situação mais confortável do que na executiva municipal, onde foram derrotados.

Em carta, Humberto diz ser contrário à participação do PT na gestão de Geraldo A expectativa, no entanto, é de que a tese de independência em relação ao PSB no Recife só seja ressuscitada caso haja algum indicativo favorável da executiva nacional na reunião do sábado (8).

Na condição de presidente, o próprio Pedro Eugênio teria autonomia para propor a reavaliação do tema, mas o dirigente afirmou que prefere aguardar o desenrolar das discussões. “Estamos conversando com todas as forças para encontrar a melhor forma de fortalecer o partido.

Mas não é conveniente, agora, defender, como presidente, que a questão seja reavaliada.

Melhor aguardar”, pontuou.

Ele fez questão, porém, de reforçar sua posição contrária ao governo socialista. “Entendo que deveríamos nos manter na base do governo, mas exercendo um papel crítico, como todo partido que se preze”, acrescentou.

Também contrário à adesão à gestão do PSB, João Paulo mostrou-se descrente quanto à possibilidade da decisão municipal vir a ser revogada Ele creditou a “derrota” às dissidências na CNB. “Houve um racha claro na CNB de algumas pessoas ligadas a Humberto.

Não tem muito o que falar.

Só acho que a executiva municipal poderia ter esperado o resultado da reunião da nacional, no dia 8”, ponderou.

Procurado pelo JC para comentar o assunto, Humberto Costa informou, por meio da sua assessoria, que já se posicionou em nota e não fará novo pronunciamento.