Foto: BlogImagem Futuro prefeito de Palmares, professor João Bezerra (PSB), participou na tarde desta segunda-feira (3) do Debate CBN, apresentado por Aldo Vilela na Rádio JC/CBN Recife.

Na oportunidade, prefeito eleito lamentou que o atual gestor, Beto da Usina (PDT), esteja se negando a fornecer informações da prefeitura, impedindo o processo de transição, orbigatório por Lei. “As informações não são repassadas de forma alguma”, se queixa João Bezerra. “Umas poucas informações genéricas, gerais, nós conseguimos pelo site Transparência Brasil.

Mas não temos um canal de acesso com a prefeitura.

Eles não informam nada e nem deixam ninguém entrar lá”.

A falta de transparência é outro obstáculo para o futuro gestor.

De acordo com o socialista, não existe qualquer prestação de contas por parte da prefeitura. “Ficamos realmente às escuras”, afirma o socialista. “A cidade ainda está em reconstrução por conta das enchentes de 2010.

Para piorar, as informações ficam travadas”, queixa-se, lembrando do desastre que atingiu a Zona da Mata Sul de Pernambuco. “Ele não aceita a transição.

Disse que não fez, não faz e nem fará.

Nomeamos a comissão de transição em 19 de outubro.

Esperamos um mês e a Prefeitura não deu resposta.

Acionamos o Ministério Público, mas também não recebi comunicado algum.” Vídeo: João Bezerra faz apelo ao MPPE e ao prefeito Beto da Usina: PEGANDO EM BOMBA - As queixas do socialista não se encerram aí.

João Bezerra acusa Beto da Usina de improbidade administrativa com base em reclamações de que os funcionários estariam sendo preteridos no recebimento de salários - mesma queixa dos trabalhadores de João Alfredo, na Zona da Mata Norte.

O futuro prefeito está na expectativa de pegar um verdadeiro abacaxi, em janeiro, por conta do passivo municipal.

Com os pagamentos atrasados, a expectativa mais otimista é de que os servidores recebam os salários de dezembro e o 13º apenas no próximo ano. “Isso é apropriação indébita.

Tira do servidor e não paga.

Os salários estão atrasados.

A expectativa é de receber o salário de novembro no fim do ano.

Além disso, há um débito de 3 milhões de energia elétrica. É improbidade administrativa!

Não se pode deixar dívidas de uma gestão para a próxima, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal.” O caso está tão sério que, de acordo com João Bezerra, há postos de saúde que irão fechar por dez dias no final do ano, a partir do dia 20 de dezembro. “No fim de novembro já havia médico deixando de atender, por conta da falta de salários”.

MAIS E MAIS DIFICULDADES - Em processo de construção de sua equipe, João Bezerra informa que tem encontrado dificuldades para compor o secretariado municipal.

De acordo com ele, a cidade é carente de profissionais em algumas áreas. “Do ponto de vista técnico temos problemas.

Por exemplo, em toda a vidade não existe formado um engenheiro civil sequer.

Então o secretário de obras eu terei que trazer de fora”, afirma.

Além de não ter muito claro o que receberá das mãos de Beto da Usina no próximo dia 2 de janeiro, dia da sua posse, Bezerra já adianta que vai enxugar a prefeitura, reduzindo o número de comissionados, que hoje é de 228 - além dos cerca de 800 contratados.

Mas a quantidade de secretarias deve ser mantida, passando apenas por uma “readequação”, como pontuou. “E precisamos fazer concurso público”, adiantou. “Espero que no segundo semestre de 2013 possamos abrir o edital.

Há muito tempo Palmares não tem um concurso”.

A cidade, que hoje vive basicamente de comércio, serviços e funcionários públicos, é classificada pelo socialista como “uma das regiõs mais pobres do Estado”, por conta da carência em investimentos de quaisquer origem.

O “grande desafio” para João Bezerra é encontrar uma nova vocação para a cidade, que ainda se recupera da enchente.

Ele destaca a posição geográfica do município, que fica entre o Recife e Maceió, capital de Alagoas, e o fato de a Transordestina passar na cidade.

O primeiro passo, quando assumir, será a realização de um “mutirão de limpeza urbana” na cidade, seguido de um levantamento dos passivos e ativos das secretarias - algo que não está sendo possível agora, com Beto da Usina fechando as portas da prefeitura.

PACIFICADOR - Uma curiosidade durante a entrevista foi a revelação, por parte de Bezerra, de que ele gosta da oposição.

Ou pelo menos é o que ele diz. “Eu gosto.

A oposição nos faz repensar as nossas decisões”.

E ele vai precisar de um bom relacionamento, de fato, já que sua coligação só elegeu quatro de 15 vereadores, enquanto o atual prefeito Beto da Usina conseguiu eleger 5 parlamentares. “Eu digo pra eles que vou trabalhar por Palmares.

Se querem trabalhar pela cidade também, se juntem a mim”, convoca.

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