Foto: reprodução da internet “O Brasil precisa fazer uma grande aposta no investimento, tanto público quanto privado. É este o caminho para que possamos ter em 2013 um ano melhor do que este que estamos atravessando, marcado pelo baixo crescimento do PIB”.

A afirmação foi feita pelo governador Eduardo Campos (PSB) nesta segunda-feira (3) ao participar, em São Paulo, do seminário Novos Ventos da Política Brasileira, promovido pelo jornal Valor Econômico. “É preciso que as forças políticas brasileiras, independentemente de filiação partidária, o empresariado e os governantes de todas as esferas se engajem em um debate sobre o que é preciso fazer para ajudar a presidente Dilma a ganhar o ano de 2013.

A meu ver, o caminho é o do fortalecimento da capacidade de investimento de estados e municípios”, disse o socialista, que, após o primeiro turno das eleições municipais, defendeu a discussão em torno do novo federalismo.

O governador pernambucano foi o terceiro expositor no seminário, que teve ainda falas do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad.

Cerca de 70 presidentes e diretores de grandes empresas formavam a plateia.

Para Eduardo, o País viveu, no passado recente, três grandes ciclos: o da redemocratização política, o da estabilidade econômica “e aquele, comandado pelo presidente Lula, em que promoveu o grande enfrentamento da desigualdade social”. “Agora, é a hora de aproveitar a grande crise para fazer o Brasil repetir o que aconteceu na crise de 1929, quando saímos mais fortes do que entramos”, observou.

O governador acrescentou que a crise não é brasileira, mas global.

E que não é somente econômica, mas também ambiental e de valores. “Vivemos o tempo de falar de uma nova pauta.

Compreender que mudar o padrão de crescimento da economia brasileira é um objetivo que pode ser alcançado com o esforço e a cooperação de todos”, disse.

Lembrou, por outro lado, que o fundamental é pactuar uma nova relação entre os entes da federação permitindo que estados e municípios também possam executar seus programas de investimento. “Uma geração de prefeitos estará assumindo daqui a menos de um mês.

Qual o papel de um prefeito do Amazonas ou de Pernambuco na retomada do crescimento? É ter meios para executar o programa que apresentou aos seus eleitores.

Mas, para isso, é preciso que tenha os recursos que, muitas vezes, são insuficientes até para pagar a folha”, disse o governador.

Para ele, um exemplo de iniciativa capaz de ajudar neste momento é utilizar, para a transferência de recursos da União para os municípios, a metodologia utilizada no repasse de recursos para gastos sociais. “Se é possível repassar de fundo para fundo verbas para educação e assistência social, por que não podemos fazer o mesmo para obras publicas a serem executadas por estado um município?” indagou.