A Associação de Defesa dos Usuários de Seguros, Planos e Sistemas de Saúde (Aduseps) denuncia que o Hospital Municipal Maria Vitória, em São Lourenço da Mata, vive um estado de “caos”.
A associação afirma que pacientes estão sofrendo com o descaso no hospital. É o caso,do aposentado Amaro Antônio da Silva, de 81 anos, que estaria há um mês internado na unidade que é conveniada ao SUS.
A sua filha, Tereza Lúcia da Silva, faz a queixa. “Meu pai teve uma parada cardíaca e foi reanimado no Procape.
Após ser reanimado, precisou de um de uma UTI e foi transferido para o Hospital Maria Vitória.
Ao chegar no hospital, foi logo entubado e medicado.
O problema é que ele já está entubado há um mês e não apresenta nenhum quadro de melhora”, desabafa Tereza.
Tereza ainda denuncia que seu pai passou uma semana sem se alimentar e, quando a família reclamou à direção do hospital, foi colocada uma sonda com alimento - mas o equipamento não foi inserido no paciente. “A sonda ficou do lado da cama e ninguém foi lá instalar”, diz Tereza.
Como se não bastasse, a filha relata que o seu pai contraiu infecções no hospital, algo que agravou mais ainda o seu quadro clínico. “Feriram a boca do meu pai após tentarem colocar uma sonda, algo que gerou uma infecção.
Depois ele contraiu uma infecção urinaria, devido à outra sonda introduzida nele para ele urinar”.
De acordo com a denúncia da Aduseps, um caso semelhante aconteceu - no mesmo hospital - com a idosa Maria José de Carvalho, de 75 anos, que chegou para a UTI do Maria Vitória transferida da UPA da Caxangá.
A situação desta, todavia, foi mais infeliz. “Minha mãe estava apenas com um quadro de insuficiência respiratória e pensei que ela iria para lá para ficar na ventilação.
Mas ao chegar lá ela foi imediatamente entubada.
Após três dias sofrendo com os descasos do hospital, resolvi pedir a transferência da minha mãe, que foi anviada para o Hospital Alfa, em Boa Viagem.
Lá, foi constatado que minha mãe estava com infecção generalizada.
Em seguida ela foi a óbito”, lamenta Vânia Maria de Carvalho, filha da idosa.
NÃO É SÓ LÁ - Também em São Lourenço da Mata, o Hospital Petrolina Campos é denunciado pela Aduseps com base em depoimentos dos usuários do SUS.
A menor Maria Clara, de apenas oito anos, foi socorrida para esta unidade saúde, onde foi constatado um quadro de pneumonia. “Minha filha nebolizou cerca de 20 minutos.
Tomou algumas medicações e foi retirado um Raio-X, de péssima qualidade por sinal, mas o quadro dela não melhorava.
Então o médico que a atendeu disse que ela estava com líquido nos pulmões e poderia chegar a óbito.
E ele afirmou que o hospital não possuía estrutura para atendê-la.
Transferi minha filha para o Hospital Barão de Lucena.
Mas lá um outro médico disse que ela não estava com líquido no pulmão e não chegaria à óbito, que aquilo que o médico de São Lourenço havia dito era um exagero.
Hoje minha filha já teve alta e encontra-se em casa”, relata o pai de Maria Clara, Carlos Leandro.
De acordo com informações da ouvidoria da Associação de Defesa dos Usuários de Seguros, Planos e Sistemas de Saúde (Aduseps), a saúde em São Lourenço da Mata está um caos. “Não é a primeira vez que denunciamos estes hospitais, no mês passado relatamos a mídia que havia cerca de 40 leitos inativos no Petrolina Campos, que faltavam médicos nas unidades, além de ambulâncias, e o mais grave, faltavam medicamentos, como relato dos próprios pacientes.
Mas o prefeito Ettore Labanca sempre vem a público dizer que a Aduseps é mentirosa, caluniadora e difamadora.
Por isso, só tenho uma coisa a dizer a este prefeito: contra fatos não há argumentos”, diz o ouvidor da Aduseps, Júlio César.
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