Foto: JC Imagem Por Sérgio Montenegro Filho No Jornal do Commercio deste domingo Eles são poucos, mas estão dispostos a fazer barulho.

O Partido Pátria Livre (PPL) - criado em outubro de 2011 - saiu do primeiro teste nas urnas, este ano, com 12 prefeitos, 15 vices e 178 vereadores eleitos no País.

Um feito e tanto para quem só obteve o registro definitivo da Justiça Eleitoral a três dias do prazo final de filiações.

Na semana passada, a cúpula do PPL reuniu os dirigentes estaduais da legenda, em São Paulo, para estabelecer como prioridade máxima a montagem de chapas fortes de candidatos a deputado federal e estadual para 2014.

Em Pernambuco, a missão foi delegada à ex-vereadora Edna Costa, que representou o PPL na disputa pela Prefeitura do Recife.

Presidente estadual do PPL, Edna ficou num modesto sexto lugar, com apenas 2.649 votos (0,3%).

Mas comemora os resultados obtidos no País, que enxerga como sucesso, principalmente se comparados aos números de outras legendas pequenas, com mais tempo de existência e mais experiência nas urnas.

Ontem, ela comandou o primeiro encontro do PPL no Estado, onde o partido já está estruturado em 33 municípios, e com planos de chegar a 2014 em 80 cidades.

Diante dos dirigentes estaduais e municipais, Edna repassou a orientação da direção nacional: atrair novos nomes com potencial para representar o partido na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa.

Por ter sido criado após a última eleição geral, o partido jamais disputou esses cargos.

Seu único representante no Congresso Nacional é o senador João Costa, do Tocantins, que assumiu a vaga no dia 17 de outubro deste ano, com a licença do titular Vicentinho Alves (PR).

Mas o debate interno do PPL de Pernambuco tem uma meta à parte, estabelecida pela cúpula nacional: trabalhar para reunificar a Frente Popular.

Uma tarefa hercúlea, levando em consideração o tamanho da legenda.

Não obstante, o desafio foi aceito. “Não seremos nós que vamos reconstruir a frente sozinhos, mas estamos dispostos a colaborar de todas as formas com esse trabalho, inclusive para trazer de volta o PT, algo que acredito ser absolutamente possível”, afirma Edna, otimista.

A “missão” a ser cumprida descortina o projeto do PPL para 2014: apoiar o candidato indicado pelo governador Eduardo Campos (PSB) para sucedê-lo no Palácio do Campo das Princesas, quem quer que seja ele. “Pode ser que até 2014 as coisas mudem e o PPL até decida lançar candidato próprio.

Mas no momento, estamos dispostos a acatar a indicação do governador”, reforça Edna Costa, que no pleito do Recife enfrentou Geraldo Julio (PSB), candidato vitorioso, apoiado por Eduardo Campos.

Ela assegura, porém, que jamais considerou o socialista como adversário. “Meus adversários são o DEM e o PSDB.

Geraldo era apenas um concorrente”, justifica.

ACUSAÇÃO - Graças a esse discurso, Edna chegou a ser acusada pelos “adversários” de atuar como “laranja” de Geraldo Julio - candidata colocada na disputa para atacar os demais postulantes e ajudar o socialista.

Edna reage à classificação, afirmando que as críticas feitas sobretudo a Daniel Coelho (PSDB) ficaram no terreno da política. “Quando critiquei Daniel, pretendia apenas mostrar que ele era tucano mas escondia isso, tentando passar a ideia de que continuava no PV”, explica.

A ex-candidata considerou uma “covardia” do adversário tucano ter recorrido à Justiça e retirado do ar o seu último programa do guia eleitoral na televisão. “Os outros adversários bateram muito mais nele, com aquela história das notas frias.

Mas só eu terminei punida, sem o direito de me defender”, reclama.

A presidente estadual do PPL descarta, porém, que por trás dessa iniciativa de aproximação com a Frente Popular esteja a intenção de se engajar em uma eventual candidatura de Eduardo Campos à Presidência da República em 2014. “O governador jamais nos deu qualquer sinal de que estaria disposto a concorrer ao Palácio do Planalto.

Pelo contrário, tem dito que vai apoiar a reeleição de Dilma Rousseff.

Então, o PPL não tem porque deliberar sobre uma hipótese”, garante a ex-vereadora, tecendo vários elogios ao socialista. “Como presidente nacional do PSB, Eduardo circula com muita desenvoltura pelo País, e foi responsável pelos excelentes resultados do seu partido na eleição.

Mas isso não deve, necessariamente, ser interpretado como o início de uma campanha a Presidência.

Até porque, não acredito que ele venha a se opor a Lula e Dilma”, conclui.