Foto: Sergio Urt/Facebook Do NE 10 Uma manifestação é realizada no prédio da Prefeitura do Recife, no Cais do Apolo, Centro da capital pernambucana, por grupos contrários à aprovação do Projeto Novo Recife, votada em reunião do Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU) da cidade, na manhã desta sexta-feira (30). “O mote é realmente o projeto, mas os gritos das pessoas são por participação popular.
As reuniões do CDU são abertas ao público e dessa vez, mesmo protocolando pedido de transferência para um auditório maior, não conseguimos garantir que as pessoas pudessem entrar”, explicou uma das manifestantes, Cristina Lino Gouvêa, que faz parte do grupo Direitos Urbanos no Recife.
De acordo com Cristina, que participou da primeira hora do encontro, iniciado por volta das 9h, além dos conselheiros e dos representantes de construtoras, cerca de 10 pessoas foram autorizadas a entrar na sala, que fica no 12º andar da sede da PCR. “Não temos direito a voz, mas temos direito a acompanhar a reunião”, defende a manifestante.
O protesto desta sexta foi convocado pelo Facebook.
Sem autorização para acompanhar o processo de decisão sobre o projeto, manifestantes entraram na PCR, onde encontraram guardas e policiais militares pelos corredores.
Alguns estão usando as redes sociais para alertar sobre o clima de tensão no edifício da administração municipal. “30 pessoas (fora polícia) bloqueadas no 12° andar, um grupo grande de pessoas preso na escada, e um bocado de gente bloqueada no térreo, não sei dizer”, afirmou Leonardo Cisneiros, também do Direitos Urbanos, no Facebook.
Manifestantes também questionam, através das redes sociais, a divisão do grupo que acompanha a reunião. “Como a ADEMI tem um representante no Conselho de Desenvolvimento Urbano do Recife e o MPPE não?
Quer dizer que a ADEMI representa mais a sociedade civil que o MPPE ?
Essa distorção tem que ser corrigida”, reclama Alexandre Bahia Vanderlei no Facebook.
O grupo Direitos Urbanos foi responsável pela convocação dos recifenses, através das redes sociais, no primeiro semestre, para os protestos intitulados Ocupe Estelita, quando manifestações artísticas no Cais José Estelita, alvo do projeto, para pedir melhor ocupação das áreas da cidade.
A proposta do Novo Recife foi feita por um grupo de construtoras formado pela Moura Dubeux, Queiroz Galvão, Ara Empreendimentos e GL Empreendimentos, que arrematou a área da antiga Rede Ferroviária Federal S/A em 2008.
Está prevista a construção de 12 prédios de 20 a 40 pavimentos, num trecho de 1,3 quilômetro de extensão do cais.
No fim da tarde, a Prefeitura divulgou uma nota.
Confira: Em reunião realizada na manhã desta sexta-feira (30), no 12º andar do edifício-sede da PCR, o Pleno do Conselho de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura do Recife (CDU) discutiu sobre o Projeto Novo Recife, que prevê uma série de intervenções de requalificação urbanística no Cais de José Estelita e no seu entorno.
Os membros do Conselho, composto por representantes do poder público e da sociedade civil, debateram sobre a viabilidade do projeto, assim como trataram das questões técnicas que fazem parte da iniciativa.
A reunião foi acompanhada por membros do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e por um grupo de representantes da população em geral.
Após a apresentação do projeto aos presentes, o debate foi aberto aos conselheiros.
Quatro deles pediram vistas ao processo.
Isso acontece quando pelo menos um dos conselheiros não se sente apto a proferir seu voto e pretende se aprofundar na matéria em questão.
O processo, portanto, não é colocado em votação e os conselheiros têm um prazo de 20 dias corridos para apresentar o parecer das vistas.
De acordo com o previsto no Regimento do CDU, os conselheiros que quiserem, podem antecipar seu voto (que não é o definitivo).
Oito deles se posicionaram a favor da aprovação do Projeto Novo Recife.
A próxima reunião, em que serão debatidas as questões apreciadas pelos conselheiros, está marcada para o dia 21 de dezembro.