Foto: reprodução Por Carolina Albuquerque No Jornal do Commercio desta terça-feira Às vésperas do almoço de cortesia do prefeito eleito Geraldo Julio (PSB) com os vereadores, a Casa José Mariano ferveu ontem com o embate sobre o projeto de lei que cria o Plano de Cargos, Carreiras, Desenvolvimento e Vencimentos (PCCDV) dos Guardas Municipais, enviado em outubro pelo prefeito João da Costa (PT).
Fora da ordem do dia, o assunto só foi tocado por conta da mobilização da categoria, que lotou o plenário.
Se na Prefeitura o clima de transição é de troca de gentilezas, na Câmara Municipal PT e PSB andam se enfrentando nos bastidores e, agora, publicamente.
Pelos corredores, comenta-se que o tema (plano de cargos) é indigesto para o prefeito eleito, que já mandou os aliados protelar qualquer projeto que traga impacto financeiro.
De um lado, a bancada governista da futura gestão, representada pelos vereadores Marília Arraes (PSB) e Carlos Gueiros (PTB), que diz que a matéria é inconstitucional por não apresentar relatório de impacto financeiro, tratando-a por “demagógica”.
Do outro, os vereadores petistas e a oposição.
Na tribuna, Múcio Magalhães (PT) fez um apelo às comissões para que os entraves se desfaçam e o projeto ande. “Queremos que seja tratado, discutido e votado este ano.
Faremos de tudo para que este assunto ande”, disse.
Aline Mariano (PSDB) se comprometeu em convocar até um esforço concentrado. “Não acredito que (o entrave) seja de natureza financeira, pois o prefeito (João da Costa) disse que isso não era um problema”, argumentou.
Já a líder da oposição, Priscila Krause (DEM), fustigou o futuro prefeito. “O governo de transição está a par?
Em acordo ou discorda?
Se não vai ser aprovada agora porque o próximo prefeito não concorda, isso precisa ser colocado”, cobrou.
Do primeiro escalão socialista, Marília Arraes, disse que o projeto é ilegal. “Prevê despesas para o Recife por decreto”.
Só no fim da sessão, Aerto Luna(PRP) - líder da atual bancada governista - se pronunciou dizendo que o projeto teria “impacto zero”, sendo contestado.
Depois, refez-se e disse que até amanhã será enviado o relatório desse impacto.
Nos bastidores, o comentário é que a aprovação em 2012 não é interessante para os planos do prefeito eleito, pois o bônus ficaria para João da Costa e o ônus para a futura gestão, que prevê dobrar o número de guardas e criar uma Secretaria de Segurança Pública.
A categoria prometeu voltar à Câmara na próxima terça (4) para fazer nova pressão.