Foto: JC Imagem Por Bruna Serra No Jornal do Commercio deste sábado O discurso de conciliação adotado pelo prefeito do Recife, João da Costa (PT), desde seu retorno da viagem à China é o primeiro passo de uma estratégia que pode culminar com uma candidatura à presidência do PT estadual.

Embora ainda não tenha demonstrando publicamente a disposição em concorrer no Processo de Eleição Direta (PED) do ano que vem, o prefeito ficará sem mandato partir de 1º de janeiro e a presidência do PT seria uma forma de se mantê-lo na vitrine para futuras disputas eleitorais, uma vez que está nos seus planos buscar uma vaga na Câmara Federal na eleição de 2014.

Candidatura de João da Costa à direção estadual não é unânime nem no seu grupo político Com o cenário em aberto, João da Costa voltou da Ásia com a intenção de rearregimentar as forças que o fizeram vitorioso na prévia petista de maio último, para iniciar o debate sobre a participação do PT em um ambiente político onde deixou der ser protagonista.

Ele está ciente de que precisa recomeçar o processo “formiguinha” de inserção na sociedade, fortalecendo especialmente as relações com os movimentos sociais - área onde o PSB avança a passos largos.

Esse é tido como o único caminho capaz de reconduzir o PT, a longo ou médio prazo, ao comando da capital.

Com esse trabalho, o grupo que orbita em torno de João da Costa ganha mais espaço internamente, arregimentando seus simpatizantes para o PED.

Mesmo com os 22 mil pedidos de filiações em suspenso e com poucas chances de ser o fiel da balança na eleição interna - em virtude da perda de prazo pela Executiva municipal -, o prefeito acredita que ainda detém a maioria conquistada na prévia contra Maurício Rands.

E pretende valer-se dela para conquistar o cargo sem disputas virulentas.

A reação do lado adversário - leia-se do deputado federal João Paulo e do senador Humberto Costa - deve ser forte.

Eles já estão acertados de que o melhor caminho é um candidato de consenso entre os dois e trabalham nos bastidores para fortalecer alguns nomes, inclusive o do atual presidente, Pedro Eugênio, que poderia tentar a recondução.

CONVOCAÇÃO - Hoje, na reunião da Executiva municipal, convocada às pressas, um dos pontos mais polêmicos da pauta será a adesão ou não à base do prefeito eleito Geraldo Julio (PSB).

A maioria dos dirigentes municipais do partido, do grupo de João da Costa, está inclinada a aprovar a adesão.

Entretanto, nomes ligados à tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), de Humberto Costa, e à Articulação de Esquerda, comandada pelo vereador Múcio Magalhães e o deputado João Paulo, devem tentar postergar a decisão.