Após o deputado estadual Daniel Coelho (PSDB) ter dito que o Laboratório Farmacêutico de Pernambuco (Lafepe) estava sem medicamentos, o órgão divulgou um comunicado nesta sexta-feira (23) informando que, por causa da greve dos servidores da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), importadores não cumpriram contratos.
Daniel volta a cobrar do governo.
Desta vez, denuncia falta de medicamento no Lafepe “Outra causa foi a revalidação de registro de produtos como: neomicina+bacitracina, ganciclovir, polivitaminas, sulfato ferroso gotas e vitamina C”, completa o texto.
Leia na íntegra: Com relação a matéria publicada na última quarta-feira sobre os comentários feitos pelo deputado Daniel Coelho, ao que se refere a ausência de medicamentos nas farmácias do Lafepe, a direção vem a público explicar que: Com a greve da Agência de Vigilância Sanitária – ANVISA, que perdurou por quase 02 (dois) meses, vários importadores não cumpriram o contrato firmado com o LAFEPE e com outros Laboratórios públicos e privados do Brasil.
Esta greve acarretou a paralisação de algumas linhas de produção do LAFEPE.
No entanto, esta situação encontra-se sendo normalizada, pois, com o fim da greve, os fornecedores já reiniciaram a entrega dos produtos ao LAFEPE, possibilitando, assim, a retomada da produção de produtos como: dipirona comprimido, dipirona gotas, diclofenaco de potássio comprimido, dentre outros.
A previsão é que, no final de 2012, a situação estará regularizada.
Outra causa foi a revalidação de registro de produtos como: neomicina+bacitracina, ganciclovir, polivitaminas, sulfato ferroso gotas e vitamina C.
Destaque-se que a neomicina+bacitracina foi excluída da Relação de Medicamentos do Sistema Unico de Saúde e o ganciclovir é um antiviral que não é mais adquirido pelo Ministério da Saúde, motivos pelos quais o LAFEPE não possui mais interesse na revalidação do registro destes medicamentos na ANVISA.
Quanto a polivitaminas e o sulfato ferroso gotas, o LAFEPE, como indústria de inovação, resolveu desenvolver uma nova formulação farmacêutica, não sendo interessante direcionar recursos para revalidação do atual registro na ANVISA.
No tocante à vitamina C, a ANVISA exigiu a realização de testes microbiológicos durante o processo de análise de estabilidade, o que está sendo realizado desde setembro/2012.
Contudo, o LAFEPE interpôs recurso administrativo perante a ANVISA solicitando a reavaliação desta nova exigência.
Destacamos que as exigências da ANVISA não atingiram somente o LAFEPE, estendendo-se a outros os Laboratórios.
No que se refere à unidade fabril para produção de injetáveis de pequeno volume, a mesma já existia em 2007, quando a atual gestão assumiu a Diretoria do LAFEPE.
A construção desta unidade foi executada com recursos financeiros provenientes do Ministério da Saúde, no intuito de que os injetáveis fossem produzidos exclusivamente para aquele órgão.
Contudo, até o momento, não foi apresentada nenhuma demanda que ocasionasse o início de suas atividades.
FATURAMENTO Em 2006, durante a gestão do PSDB, o faturamento foi de R$ 124.195.732,00 (cento e vinte e quatro milhões, cento e noventa e cinco mil, setecentos e trinta e dois reais), com o resultado líquido negativo de R$ 43.038,00 (quarenta e três mil e trinta e oito reais).
Já em 2011, esse faturamento foi elevado para R$ 208.750.582,00 (duzentos e oito milhões, setecentos e cinqüenta mil, quinhentos e oitenta e dois reais), com o resultado líquido positivo de R$ 14.589.346,00 (catorze milhões, quinhentos e oitenta e nove mil, trezentos e quarenta e seis reais).
A previsão, para 2012, é de, aproximadamente, R$ 450.000.000,00 (quatrocentos e cinqüenta milhões de reais), o que tornará, o LAFEPE, o Laboratório Oficial com maior faturamento no Brasil.
PASSIVO FISCAL E TRABALHISTA Em 2007, ao assumir a gestão do LAFEPE, o passivo fiscal era, aproximadamente, R$ 15.000.000,00 (quinze milhões de reais), e o passivo trabalhista era, em torno, de R$ 10.000.000,00 (dez milhões). É importante destacar que até o prédio do LAFEPE, situado no Largo de Dois Irmãos, encontrava-se penhorado para garantir a maior dívida trabalhista do LAFEPE.
Esta dívida foi oriunda de Reclamações Trabalhistas apresentadas pelos ex-diretores.